Seleção aprende a viver sem Neymar na Copa, mas muda de patamar com ele
Classificação e Jogos
Neymar jogou 85 minutos na goleada por 4 a 1 sobre a Coreia do Sul que garantiu a classificação da seleção brasileira às quartas de final da Copa do Mundo do Qatar. Com um gol marcado em cobrança de pênalti e participação decisiva na jogada do golaço de Lucas Paquetá, ele foi eleito como o melhor em campo justamente na partida em que voltou de lesão.
Substituído no segundo tempo da partida de estreia na Copa contra a Sérvia, Neymar foi desfalque diante de Suíça e Camarões na primeira fase e voltou ao time no mata-mata depois de ter sofrido a contusão no tornozelo direito. A seleção ficou 11 dias sem seu principal jogador e conseguiu se virar, com variações na forma de jogar e a própria conquista da classificação, mas saiu de campo nesta segunda-feira com a certeza de que a presença do camisa 10 eleva o patamar do time.
"Liderança técnica" é como Tite define Neymar.
O termo resume a ideia de que Neymar não é um dos capitães do time, alguém com voz ativa no vestiário e o espírito de agrupar os outros jogadores. O referencial técnico é o jogador que mobiliza pela qualidade, pelas ideias dentro do jogo, por puxar os companheiros para cima do ponto de vista esportivo. "A equipe procura ele" é outra forma como o treinador indica seu camisa 10.
Com Neymar em campo, as virtudes dos outros atacantes da seleção são potencializadas porque existe um grau de confiança do elenco em dar a bola na estrela e saber que vão receber de volta com qualidade ou que ele vai solucionar a jogada com um toque diferente.
As estatísticas da partida contra a Coreia do Sul provam o feeling da comissão técnica do Brasil: Neymar foi o quarto jogador que mais se ofereceu para receber passes, atrás somente de Lucas Paquetá, Richarlison e Casemiro e empatado com Danilo. Além disso, trocou passes com dez jogadores diferentes, o que mostra o nível de influência dentro da equipe.
Outra impressão que os números comprovam é que a presença de Neymar em campo faz com que os marcadores adversários dividam atenção e permitam que outros brasileiros tenham mais espaço. Vini Jr, por exemplo: sem a companhia de Neymar contra a Suíça, deu um chute a gol, acertou um drible e sofreu cinco faltas, tendo sido caçado enquanto esteve em campo e sempre com marcação dobrada.
Diante da Coreia do Sul, com parceria de Neymar, ele não sofreu nenhuma falta. Mais livre, chutou duas vezes, fez um gol, deu uma assistência e acertou dois dribles, de acordo com as estatísticas oficiais da Fifa.
O Brasil venceu a Suíça sem Neymar, quando Lucas Paquetá foi escalado como meia armador e Fred entrou na vaga do camisa 10 para ser o segundo volante. O time foi muito seguro defensivamente, não tomou qualquer chute a gol, mas sentiu falta da criatividade que Neymar ajuda a proporcionar, como foi contra a Coreia do Sul.
Recuperado da lesão de ligamentos no tornozelo direito e, segundo ele mesmo disse, sem dores, Neymar tem três dias de intervalo até o próximo desafio da seleção brasileira. Sexta-feira (9), às 12h (de Brasília), o jogo pelas quartas de final do Mundial é contra a Croácia no estádio Education City.
Com certeza chegou a hora de ir mais longe. Sonhamos com o título, é óbvio, mas temos que ir passo a passo. Faltam três jogos e estamos preparados e com a cabeça focada pelo título."
Neymar, atacante da seleção brasileira
O UOL News Copa fala sobre o baile da Seleção Brasileira contra a Coreia, a atuação de Neymar, a formação tática de Tite, os jogos do dia e mais notícias da Copa! Confira:
Quem foi o melhor jogador brasileiro na classificação sobre a Coreia?
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