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Koulibaly vê Senegal como exemplo para África: 'Podemos acreditar em tudo'

Kalidou Koulibaly, do Senegal, comemora após marcar o segundo gol de sua equipe contra o Equador na Copa - Ryan Pierse/Getty Images
Kalidou Koulibaly, do Senegal, comemora após marcar o segundo gol de sua equipe contra o Equador na Copa Imagem: Ryan Pierse/Getty Images
, Julio Gomes, colunista do UOL e em Doha (Qatar)

04/12/2022 04h00

Classificação e Jogos

Para Kalidou Koulibaly, 31, chegou a hora de uma seleção africana dar um passo à frente. O zagueiro do Chelsea será novamente o grande líder de Senegal em campo na partida de oitavas de final, contra a Inglaterra, neste domingo (16h de Brasília).

Ele conversou com o UOL Esporte após a vitória de Senegal sobre o Equador, a última partida da fase de grupos. E diz acreditar que pode ter chegado a hora de ver uma seleção do continente africano ir além das quartas de final e, por que não, chegar até uma final de Copa.

"Competimos, demos um exemplo a todas as equipes africanas na fase de grupos. Vendo o nível na Copa Africana das Nações, sabíamos que podíamos meter em problemas qualquer seleção do mundo. Sim, podemos acreditar em tudo", disse.

Senegal conquistou a Copa Africana pela primeira vez no início do ano, batendo o Egito na final. Depois, voltou a derrotar os egípcios na disputa direta por uma vaga na Copa - esta é a terceira participação do país.

Em 2002, Senegal jogou um Mundial pela primeira vez e assustou o mundo ao vencer a França na fase de grupos e chegar até as quartas de final. Apenas uma outra seleção africana havia ido tão longo (Camarões em 1990) e só uma depois daquilo repetiu o feito (Gana em 2010). Além de Senegal, Marrocos também está vivo e, assim, é a segunda vez na história que a África coloca duas seleções nas oitavas de final (a outra foi no Brasil-2014).

"Sabíamos que, com a ausência de Sadio (Mane), as coisas ficariam difíceis. Mas sabíamos que tínhamos que jogar como uma equipe, como sempre fizemos. Foi o que demonstramos nos jogos que vencemos, depois da derrota para a Holanda", falou Koulibaly.

O zagueiro ressalta que Senegal chega à fase eliminatória da Copa com uma grande vantagem em relação a outros competidores, como a Inglaterra. É que a seleção dele já está jogando o "mata", ou seja, já está entrando em campo com a obrigação de vitória, com o espírito de matar ou morrer, desde a segunda partida no torneio.

"Agora começa outra Copa, é outro tipo de competição. E estamos prontos, porque já vivemos isso nessas duas partidas. Faremos tudo para ir em frente", completou.

Comprado por 40 milhões de euros pelo Chelsea na última janela de transferências, Koulibaly nasceu na cidade de Saint-Dié-des-Vosges, na França. Curiosamente, no mesmo dia e hospital, nasceu sua mulher, Charline Oudenot, que está com o jogador há 11 anos. Apesar de nascer francês, ele decidiu defender o país de origem de seus pais.

O pai dele trabalhava em uma fábrica de roupas no Senegal e, segundo consta em reportagens da imprensa local, trabalhou por cinco anos sem folgar nos finais de semana para guardar dinheiro até conseguir ir para a França com a esposa, futuramente mãe de Kalidou. Ela completava a renda da família fazendo serviços de faxineira.