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A última Copa de Messi e CR7

As principais histórias do último mundial dos melhores jogadores do século

Mais um pouco de combustível, e Cristiano Ronaldo brilhava novamente

Cristiano Ronaldo não marcou, mas foi, como de costume, o centro das atenções - Martin Rickett - PA Images/PA Images via Getty Images
Cristiano Ronaldo não marcou, mas foi, como de costume, o centro das atenções Imagem: Martin Rickett - PA Images/PA Images via Getty Images
e Bruno Andrade

Colunista do UOL, em Doha (Qatar)

28/11/2022 18h10

Classificação e Jogos

Poucos segundos antes de a bola rolar para Portugal e Uruguai, Cristiano Ronaldo correu para o banco de reservas. Pediu uma garrafa de água. Foi rapidamente atendido. Hidratação mais do que necessária. Mas não se refrescou em paz. Dezenas de fotógrafos ainda estavam em campo.

Entre um clique e outro, um flash aqui e outro ali e muito, muito empurra-empurra, o camisa 7 português fez o que sabe fazer de melhor: chamar atenção. Deu duas ou três goladas cinematográficas. Pronto então para começar a partida no Lusail Stadium com o tanque completo.

O craque com a famosa aversão à bebida alcoólica e até mesmo Coca-Cola foi bastante acionado pelos companheiros nos primeiros 45 minutos. A barriga estava cheia, mas a sede para balançar a rede continuava insaciável. Como de costume.

Quase não levou perigo no início. Teve como lance mais caloroso uma plástica assistência de peito para William Carvalho, logo aos três minutos. O remate do volante acabou por passar longe. Depois, gastou boa parte da energia com alguns piques e tentativas de dribles.

O intervalo calhou na hora certa. Precisava mesmo repor o combustível. Desta vez, sem a presença de milhares de câmeras. Longe dos holofotes. Sossegado. Voltou para o segundo tempo com o fôlego de sempre. Ávido por uma oportunidade para molhar o bico.

Aos oito minutos, acompanhou atentamente o cruzamento de Bruno Fernandes, com quem "até ontem" dividia a geladeira no vestiário do Manchester United. Pulou o mais alto que podia. Faltou potência. Por muito pouco não desviou a bola, que, delicadamente, passou e morreu dentro do gol.

Correu para comemorar como se tivesse sido ele a marcar. Porém, o próprio tinha dúvidas. Ao abraçar João Félix, disse, entre outras palavras, "não sei, mano!". A Fifa rapidamente encerrou a discussão: o responsável pela "confusão" na inauguração do placar havia sido o camisa 8.

Aos 47 minutos, também do pé direito de Bruno surgiu o segundo - e decisivo - tento. Logo de pênalti, uma das suas maiores especialidades. No entanto, já não estava mais em campo. Desgastado e "na reserva", tinha saído momentos antes para dar lugar a Gonçalo Ramos.

Talvez, sei lá, não reabasteceu como deveria na estratégica pausa de um tempo para o outro. Pouco importou, sinceramente. Saiu na foto em grande. Saiu ainda maior do confronto. Com uma vitória por 2 a 0 e a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo do Qatar.