Cristiano Ronaldo só parou para um homem após vitória: Wendell Lira
Cristiano Ronaldo concedeu a entrevista obrigatória para a Fifa por ter sido eleito o melhor em campo na vitória por 1 a 0 sobre Marrocos nesta quarta (20). O camisa 7 não falou muito, deu apenas duas respostas protocolares tradicionais, e já passava reto pela zona mista, área onde jornalistas tentam falar com os jogadores, quando alguém o chamou e o fez parar.
"Ronaldo, é o Wendell Lira do Prêmios Puskás, do Brasil", gritou o brasileiro. O capitão português e craque do Real Madrid sorriu, voltou alguns passos e cumprimentou Lira. Ao ouvir pedido para uma entrevista, disse que não poderia, mas continuou sorrindo ao se afastar. Para Lira, o dia estava ganho.
Na Rússia como comentarista, e repórter de vez em quando, da rádio Sagres, de Goiânia, Wendell Lira, 29, ficou conhecido internacionalmente em janeiro de 2016 ao ganhar o Prêmio Puskás, dado pela Fifa ao gol mais bonito do ano anterior. O giro no ar, quase um golpe de caratê, atuando pelo pequenino Goianésia contra o Atlético-GO chamou a atenção da Fifa, que incluiu o gol entre os candidatos e, depois, finalistas.
Wendell Lira viajou então a Zurique, na Suíça, onde ganhou o prêmio, que teve votação popular. Na época desempregado, ele pôde estar por alguns momentos ao lado de craques que comandava no videogame, e do principal ídolo, Cristiano Ronaldo, que agora até o reconhece em meio a uma Copa do Mundo.
"Foi legal ele ter me reconhecido. No dia da festa lá consegui falar com vários jogadores, menos com o Messi. Ele estava meio isolado, cheio de seguranças, aí não consegui", contou Lira sobre o argentino que foi um dos adversários de gol mais bonito daquele ano -- o terceiro finalista era Florenzi, da Roma.
Lira se aposentou em 2016 mesmo, depois de ainda tentar jogar por Tombense e Vila Nova. Se especializou em jogos de videogame, mas agora tem outro foco: o futevôlei. "Quero me profissionalizar. Tenho jogado de manhã, de tarde e de noite. Bater bola mesmo, futebol, nem bato mais. O foco é outro", contou.
Na Rússia, apesar de já ter sido premiado pela Fifa, não tem privilégio algum da entidade ou convite para participar de eventos, por exemplo. Ele chegou, inclusive, a ter um problema na imigração, já que o visto que tirou para poder trabalhar como jornalista no país estava com início para um dia depois de sua chegada a Moscou.
"Fiquei umas cinco horas em uma sala ali, não conseguia me comunicar, não falo inglês e nem russo. Mas uma hora passou um rapaz que me olhou, virou e disse: 'player [jogador], Brazil, Puskás?' Eu só disse, yes, yes e aí resolveram mais rápido", contou o ex-jogador, que diz que ainda dá muitos autógrafos no Brasil.
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