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Copa 2018

Taffarel defende goleiros por inexperiência inédita desde a Copa de 90

Taffarel participou das escolhas de Alisson, Ederson e Cássio - Pedro Martins / MoWA Press
Taffarel participou das escolhas de Alisson, Ederson e Cássio
Imagem: Pedro Martins / MoWA Press

Danilo Lavieri, Dassler Marques e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Teresópolis

22/05/2018 13h54

Taffarel é um personagem fundamental no Brasil de Tite. Primeiro, porque pode oferecer a Alisson, Ederson e Cássio algo que nenhum possui: experiência em Mundiais. Pela primeira vez desde 1990, a seleção terá três goleiros debutantes em Copas do Mundo, e caberá ao preparador lidar com esse fator no dia a dia. Ele, que foi justamente o titular há 28 anos na Itália, também é ao lado do médico Rodrigo Lasmar o único membro do estafe de Tite a vivenciar uma Copa.

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"Lembro de 90, quando participei. O entusiasmo e a vontade eram grandes e vejo isso nos três agora. A alegria de fazerem parte do grupo, o momento que estão vivendo e por isso estão aqui. Nos dá toda tranquilidade contar com os três. Vejo que têm experiência e todas as condições de representar bem o Brasil. Queremos fazer um bom trabalho. A escola brasileira de goleiros é muito reconhecida lá fora, vejo interesse de treinadores de goleiros europeus pelos treinos. Queremos fazer o bom trabalho primeiro, mas mostrar que nossa escola está no caminho certo", declarou Taffarel. 

"Em 90, eu tinha 24 anos. Uma vontade muito grande. A sensação que podia tudo, que podia passar por cima da trave (risos). Em 94, eu pensava um pouco mais. Experiência... eu vejo um entusiasmo muito grande...vejo eles alegres. Isso é fundamental, estão soltos. O crescimento é natural. Vamos ajudar muito para eles evoluírem ainda mais", declarou o preparador brasileiro desde 2014. 

Taffarel, aliás, também falou da experiência que o principal jogador do time possui em Mundiais. "Eu vejo um crescimento muito grande do Neymar. Todo atacante é especial. É um cara muito descontraído, alegre, feliz. Não precisa de nenhuma ajuda minha. Convive bem aqui dentro. Relacionamento fantástico com jogadores. Além da genialidade, ele ajuda muito com esse bom ambiente", acrescentou. 

O preparador ainda explicou que a hierarquia de Tite ainda está aberta, embora a titularidade e a reserva tenham favoritos claros. "Sempre que ele [Tite] declarou que tinha uma quantidade certa [de garantidos], Alisson e Ederson sempre estavam e consequentemente seriam primeiro e segundo. Cássio se juntou a esse grupo, mas não quer dizer que chega como terceiro e não pode ser primeiro", lembrou Taffarel.

"O Alisson, pela sequência que fez, trabalho na Roma que tem apresentado e crescendo bastante, com certeza está entre os melhores do mundo. Sabíamos do crescimento e por isso apostamos muito quando não era titular da Roma. Ele é muito agradecido por acreditarmos no potencial dele. Vai ter vantagem de ser considerado titular, mas depende dele mostrar isso na Copa", disse ainda. 

Responsável pela indicação do então goleiro do Internacional para Dunga, Taffarel destacou as virtudes do pupilo. "O Alisson sempre teve muita personalidade. O início tinha sido difícil... ele dava o seu máximo. Essa força que ajudou a manter o foco, a saber que aqui ele precisava estar bem. A confiança que a gente deu pra ele fez bastante diferença. Um cara que jogava sempre no clube, na seleção e ficou no banco. Normal seria pensar ‘não está jogando lá’. Mas não... nós acompanhamos os treinos, tudo.... e ficamos seguros. E toda vez que vinha pra cá ele jogava bem". 

Na sequência, mais elogios ao titular de 25 anos que irá estrear em Copas. “Vejo [esse brilho]. Além da personalidade, tem uma técnica muito boa. Isso faz com que ele jogue de uma maneira muito segura e dê tranquilidade à defesa. A gente sente isso, os jogadores também. Eu não fui um grande pegador de pênaltis, mas peguei em momentos que marcaram. Espero isso pra ele. Que seja uma oportunidade para ele mostrar o talento todo dele e nos ajude em uma conquista”.

Auxiliar destaca jogo com os pés de Alisson e Ederson

Campeão olímpico como preparador, Rogério Maia falou sobre o jogo com os pés, virtude cada vez mais valorizada para a posição. Ele é o auxiliar de Taffarel e já trabalhou com Ederson na equipe sub-23 do Brasil e com Alisson no Internacional. 

“O futebol está mais rápido e existe cada vez mais uma participação mais efetiva com os pés. Fomos ver um jogo do Manchester City em que o Ederson tocou na bola cinco vezes com a mão e mais de 40 com os pés. Nosso trabalho hoje é mais diversificado, com técnica com os pés, muita velocidade. Nosso trabalho também vai evoluindo. Vamos incrementando aparelhos e outras coisas. A base é a mesma, mas acabamos mudando algumas coisas”, comparou. 

"Eu vejo o crescimento do Alisson além da satisfação. Ele evoluiu com o tempo na Roma. Nas coberturas, no uso dos dois pés", detalhou. 

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