Na internet, colecionadores procuram (e acham) figurinhas de Copas passadas
A Copa do Mundo de 2018 nem chegou, mas você já completou seu álbum de figurinhas. E agora, o que fazer?
Na hora de guardar o álbum completo, muita gente percebeu que as coleções anteriores ainda estavam incompletas. Aí, decide ir atrás de figurinhas das Copas de 2014, 2010, 2006... E até as anteriores, como 1990, 1994 e 1998.
Se você se identificou com a situação, saiba que você não é o único. Em épocas de Copa do Mundo, a busca por figurinhas de álbuns antigos é comum. E voltou a acontecer em 2018.
É o caso de Gabriel Martins, de 21 anos. Neste ano, o colecionador de Brasília tenta encontrar as figurinhas que faltaram em seu álbum da Copa de 2006, disputada na Alemanha.
“Está bem complicado”, ri Gabriel, que começou a colecionar figurinhas do torneio justamente em 2006. “Além de eu gostar muito de futebol, foi uma fase da minha vida em que tudo começou nos conhecimentos sobre Copa do Mundo. Como eu sou de 1996, não me lembro nada da Copa de 1998 e poucas coisas da Copa de 2002. E foi em 2006 que, através do álbum, minha paixão por álbuns da Copa começou”, explica.
Por enquanto, Gabriel se concentra em completar a coleção de 2018, mas diz que encontrar os cromos faltantes de 2006 “é questão de honra”. “Mas sei que conseguir 150 figurinhas de 12 anos atrás não vai ser barato”, reconhece ele, que tenta completar o álbum procurando em grupos do Facebook e com colecionadores do site Mercado Livre.
A situação é semelhante à de Lucas Proença, carioca que mora na cidade de Itu (SP). Aos 24 anos, Lucas também busca figurinhas da Copa de 2006 enquanto tenta completar o do Mundial de 2018.
“Como eu era uma criança, nem me preocupei em completar. Mas os de 2010 e 2014, eu completei, e o de 2018 já estou quase completando”, diz o colecionador, que busca 11 figurinhas do torneio de 12 anos atrás. “Não é legal ter um álbum incompleto. Eu quero completar todas as Copas que eu conseguir”, justifica ele, que também busca no Facebook e no Mercado Livre.
Sites e comunidades oferecem trocas e vendas
A boa notícia é que há algumas alternativas para quem procura figurinhas antigas. De sites e comunidades online a colecionadores, muita gente pode te ajudar a completar outros álbuns.
O site TrocaFigurinhas.com, por exemplo, oferece mecanismos para reunir as duas pontas de uma troca – quem tem e quem precisa. Criada em 2005 pelo analista de sistemas e desenvolvedor Marcelo Urban, então com 31 anos, a página reúne mais de 100 mil participantes cadastrados, embora apenas 3% deles façam trocas com regularidade.
Curiosamente, o site nasceu de uma necessidade do próprio Marcelo. “Comecei a colecionar o álbum do Campeonato Brasileiro daquele ano, pois o Botafogo, meu time de coração, estava bem no início do campeonato. Eu, esperançoso para que ele fosse campeão, então resolvi começar a coleção”, conta o responsável pelo site, hoje com 44 anos. “No meu círculo de amizades, não tinha ninguém para trocar, então comecei a criar um ambiente na internet para fazer minhas trocas. O negócio deu muito certo: em poucas semanas, já tinha centenas de participantes”, acrescenta.
A plataforma conta hoje com mais de 2000 álbuns cadastrados, sendo que mais de 30 são de edições anteriores de Copas do Mundo – não apenas as publicações oficiais. Segundo dados divulgados pelo próprio TrocaFigurinhas.com, o álbum da Copa de 2014 teve 17.371 colecionadores registrados, com 32.412 trocas realizadas. No fim, 5.083 conseguiram completar seus álbuns graças às negociações criadas ali.
Mas se você não tem repetidas para trocar e precisa comprar, também dá. Aí, é o caso de procurar colecionadores que negociem pessoalmente ou por redes sociais.
Como João Marcelo Arriola, um dos responsáveis pela Casa do Colecionador, em Curitiba. Arriola anuncia em comunidades do Facebook dedicadas ao colecionismo – não apenas de figurinhas antigas, mas também de cédulas e moedas, carrinhos, selos e cartões telefônicos, por exemplo.
“O de 2002 é um álbum bem procurado, na Coreia e do Japão. É um álbum que poucas pessoas completaram”, assegura o comerciante, que negocia figurinhas desde 1994. Segundo ele, o momento é de colecionadores tentando completar as páginas da última Copa do Mundo, disputada no Brasil. “O pessoal teve um desânimo pelo 7 a 1 e não completou 2014. A gente sente isso”, diz, em referência à emblemática derrota da seleção brasileira para a Alemanha nas semifinais.
Hoje, com as redes sociais, Arriola diz que ficou mais fácil estabelecer contato com colecionadores de diversas partes do Brasil. “O pessoal manda e-mail, procura no Facebook, no WhatsApp. O Facebook é uma ferramenta muita boa”, assegura.
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