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Culpa assumida e R$ 2 milhões: como lateral da Espanha escapou da prisão

Alonso é destaque do Chelsea, o terceiro time inglês de sua carreira - David Ramos/Getty Images
Alonso é destaque do Chelsea, o terceiro time inglês de sua carreira Imagem: David Ramos/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

04/04/2018 04h00

Quando estreou pela Espanha na goleada por 6 a 1 sobre a Argentina na semana passada, Marcos Alonso entrou para a história por representar a terceira geração de sua família defendendo a seleção nacional. Mas o caminho até aquele jogo em Madri quase foi interrompido por um fato trágico também na capital espanhola: cerca de sete anos antes, o lateral-esquerdo provocou um acidente de carro que causou a morte de uma jovem.

Na manhã do dia 2 de maio de 2011, voltando de uma casa noturna, Alonso dirigia a 112 km/h em via cuja velocidade máxima permitida era de 50 km/h. Além disso, havia ingerido mais álcool que o permitido por lei. Somando a isso o delito de homicídio por imprudência, o lateral viu a acusação pedir quatro anos de prisão.

Na época, o hoje destaque do Chelsea tinha 20 anos e defendia o Bolton. Ele estava de folga depois de uma partida pelo Campeonato Inglês e voltara à Espanha para curtir com os amigos. Na hora do acidente, estavam no carro com ele dois amigos, a universitária de 19 anos que morreu e uma amiga sua.

Aconselhado por advogados, Alonso assumiu toda a culpa desde o início. Espontaneamente, pagou 200 mil euros à família da universitária por danos morais. Além disso, prontificou-se a pagar todos os honorários advocatícios do caso, em valor que superou os 100 mil euros.

Tal postura foi vista como atenuante pela Justiça espanhola e facilitou o caminho para um acordo. A acusação retirou seu pedido de prisão e Alonso desembolsou mais 300 mil euros à família. No fim das contas, sua pena foi convertida em multa de 61 mil euros e a proibição de dirigir durante três anos e quatro meses, período que acabou se estendendo até o fim do processo.

Em valores de 2016, quando o caso foi encerrado, Marcos Alonso desembolsou cerca de R$ 2,2 milhões, entre acordo e multa, para não ser preso por homicídio.

Nesse período, o lateral-esquerdo seguiu no Bolton até 2013, quando se transferiu para a Fiorentina. O clube italiano ainda o emprestou ao Sunderland antes que o Chelsea o contratasse em definitivo, em agosto de 2016.

No último domingo, quando Chelsea e Tottenham se enfrentaram, torcedores do adversário publicaram foto mostrando um cartaz que provocava o jogador, citando com ilustrações e palavras o acidente de 2011.

Hoje, Marcos Alonso é forte candidato a integrar a seleção espanhola na Copa do Mundo da Rússia, tornando-se uma sombra para Jordi Alba.

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