Tite sofreu com Inglaterra e foi estudar, mas pode não ter o teste esperado
Desde a última Eurocopa, há dois anos, o futebol do Velho Continente experimenta uma tendência importante por parte das equipes mais cautelosas. Trata-se do uso de uma linha com cinco defensores, expediente que tem tirado o sono de Tite nos últimos tempos na caminhada ao Mundial da Rússia. Meses depois de ficar "traumatizado" com o sistema no amistoso contra a Inglaterra, o treinador fez a lição de casa e esperava testar suas alternativas contra a Rússia, nesta sexta, às 13h de Brasília.
Ocorre, porém, que há a possibilidade de ele se frustrar: o treinador russo Stanislav Chercesov pensa em escalar um defensor a menos a partir desse próximo jogo.
Titulares nos últimos meses, os zagueiros Viktor Vasin (CSKA) e Georgi Dzkhikiya (Spartak) não jogarão a Copa por conta de lesões. Sem dois de seus defensores principais, Chercesov cogita abandonar a linha de cinco que Tite esperava enfrentar. E sobre a qual tem se esforçado para criar estratégias.
No início de março, Tite viajou à Inglaterra com um objetivo claro em acompanhar, in loco, ao duelo entre o Manchester City de Pep Guardiola e o Chelsea de Antonio Conte. Basicamente, o último e o próximo campeão inglês. Os estilos das duas equipes não poderiam ser mais antagônicos.
O City é ofensivo, tenta abrir espaços a qualquer custo e gosta da bola. Faz o que o treinador brasileiro espera da seleção na Copa. Venceu, por 1 a 0, com gol de Bernardo Silva. Lidera o Inglês com 16 pontos de vantagem.
O Chelsea de Conte, que também se destacou com a Itália na Eurocopa dessa maneira, é a equipe europeia referência nesse sistema tático. Tite quis ver de perto para avaliar o último campeão na Inglaterra, onde o sucesso recente do time do brasileiro Willian influenciou várias equipes do país a jogarem dessa mesma forma. Inclusive, a seleção.
O amistoso que mudou a visão de Tite e pode influenciar convocação
Foi na mesma Inglaterra onde o treinador esteve no início do mês que algumas de suas concepções foram alteradas. O Brasil ficou no empate sem gols contra uma equipe inglesa que teve cinco defensores, postura cautelosa durante os 90 minutos e concedeu poucas oportunidades. Tite saiu de Wembley certo de que precisava de estratégias mais sofisticadas contra essas retrancas.
Desde então, o treinador tem avaliado reservas que permitam essas alternativas. Uma delas é ter um jogador especializado em assistências e a jogar em pouco espaço, caso de Fred. Outra é ter um meia com grande finalização de média e longa distância, o que abriu chance para Talisca. Por fim, Willian José, que é um atacante com estilo distinto de Firmino e Gabriel Jesus, mais forte e especialista na bola aérea.
Para ter um banco de reservas com um leque de opções mais variadas, Tite já indicou que pode abrir mão de levar à Copa, para as posições ofensivas, a configuração básica (dois meias, dois pontas e um atacante). Certo mesmo é que Willian e Firmino, já confirmados por ele, só não estarão no Mundial em caso de alguma eventualidade. E que a convocação de um homem de área, como Willian José, é uma ideia que o treinador gosta bastante.
A linha de cinco é uma espécie de evolução tática em relação ao sistema 3-5-2 que se espalhou a partir da Copa do Mundo de 1990. Nesse desenho recente, os alas se alinham aos três zagueiros para minimizar o risco de infiltrações dos ataques rivais e deixar o time mais compacto defensivamente.
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