Procura-se emprego: ano de Copa vira ano de provação para técnico italiano
Quando assumiu a seleção italiana em 2016, Giampiero Ventura sabia da dificuldade de encarar um grupo das eliminatórias da Copa do Mundo com a Espanha. Mesmo assim, ele devia imaginar que em 2018 sua preocupação seria com o elenco que levaria ao Mundial, onde seria a base na Rússia e outras questões sobre o torneio. Em vez disso, o treinador de 70 anos hoje precisa conseguir um emprego e tentar apagar a má impressão.
O currículo já está manchado: ele será lembrado como o treinador que deixou a Itália fora de uma Copa depois de 60 anos.Uma tragédia que se materializou quando a equipe sucumbiu diante da Suécia na repescagem europeia após ficar em segundo no grupo liderado pela Espanha.
“Estou voltando de uma situação que era muito maior do que eu e pela qual paguei violentamente”, resumiu Ventura neste início de ano, ao aparecer em um evento na Itália depois de meses longe dos holofotes.
Apesar de abatido, o treinador se diz pronto e disposto a mostrar serviço novamente. Segundo ele, uma campanha negativa não pode ser maior do que os 35 anos dedicados à função de treinador.
“Meu pai me ensinou a nunca desistir e três meses não podem apagar toda minha carreira. Tenho uma grande vontade de começar novamente por um simples motivo: eu preciso dar algumas respostas agora e quero dar todas elas”, disse ele ao “La Repubblica”.
Ventura, no entanto, foi questionado desde o início de sua passagem pela seleção e não só depois do fiasco nas eliminatórias. Apesar da longa experiência como técnico, ele nunca comandou um dos três maiores times do país (Juventus, Milan e Inter) e nunca conquistou um título importante.
Mesmo assim, tudo parecia sob controle até a partida contra a Espanha, faltando três rodadas para o fim da fase de grupos. As duas equipes estavam empatadas na liderança. Naquele dia, porém, a Espanha venceu facilmente por 3 a 0 e empurrou os italianos para a repescagem, na qual teve nova queda, desta vez diante da Suécia.
“Até aquele jogo estávamos em primeiro, e então tudo desmoronou. Mas o que eu fiz permanece. Agora não vou viver do passado, quero o futuro. Meu trabalho como treinador vai recomeçar”, projetou o italiano, que no meio do ano será um mero espectador da Copa do Mundo, caso tenha vontade de assisti-la.
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