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Renato Mauricio Prado

Um desastre para a seleção

Douglas Costa domina a bola acompanhado da marcação russa - AP Photo/Pavel Golovkin
Douglas Costa domina a bola acompanhado da marcação russa Imagem: AP Photo/Pavel Golovkin

23/06/2018 13h55

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A contusão de Douglas Costa foi uma péssima notícia para a seleção brasileira. Somente a partir de sua entrada, no segundo tempo, a equipe de Tite se acertou em campo, contra a Costa Rica, e começou a jogar um futebol minimamente parecido com aquele que exibiu nas eliminatórias sul-americanas. Sem ele, o Brasil volta a depender de Willian, que não conseguiu, até agora, jogar bem em nenhuma partida de Copa (aí, incluídas as de 2014)

Da maneira como falou o médico da seleção, Rodrigo Lasmar (enfim, deu o ar da graça!), dificilmente Douglas Costa se recuperará a tempo de jogar nas oitavas ou nas quartas de final. Contusão muscular exige normalmente, um mínimo de 15 dias de repouso e tratamento. E, depois, ainda precisa retomar o ritmo de jogo. Me arrisco a dizer que somente numa eventual final, ele terá chances de estar em campo. Uma pena!

O histórico de Douglas, entretanto, sempre foi complicado. Em sua carreira, ele tem sofrido, constantemente com os músculos e isso deveria ter sido levado em conta pela comissão técnica, quando da convocação. Inclusive, porque, chegou lesionado. Lasmar garante que foi da outra perna... Seja como for, era mais um problema muscular. Como o de agora.

Sem ele, as opções para o ataque se resumem agora a Firmino e Taison. Nenhum deles tem as características de Douglas Costa. Ou Tite consegue “acordar” o Willian, ou voltaremos a jogar tortos pela esquerda e, atuando dessa forma, a experiência até agora não é nada boa.

Lasmar falou também sobre Neymar e garantiu que a fratura no quinto metatarso está completamente curada e o problema superado. Não é o que pensa um renomado cirurgião ortopedista que atuou muitos anos num dos grandes clubes do futebol carioca e, quando da contusão do nosso camisa dez (antes mesmo da cirurgia), me garantiu categoricamente que ele não conseguiria jogar a Copa 100%.

- Não há como. Garanto que Neymar ainda sente dores no pé. E que não tem nem metade da mobilidade e do arranque que tinha. Vi vários casos como o dele, nos muitos anos que trabalhei no futebol, e a recuperação sempre foi demorada, dolorosa e exigiu tempo e paciência. Por ser um jogador excepcional, Neymar pode até ainda ser decisivo – e tomara que seja – e o Brasil acabar campeão. Mas afirmo que, nem na final, ele estará em completas condições físicas e técnicas. Os dois primeiros jogos já deram pra constatar como ainda tem problemas.

Renato Mauricio Prado