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Renato Mauricio Prado

Mais bola, menos cabelo

Neymar reage em campo na partida Brasil x Suíça pela Copa do Mundo de 2018 - Li Ga/Xinhua
Neymar reage em campo na partida Brasil x Suíça pela Copa do Mundo de 2018 Imagem: Li Ga/Xinhua

18/06/2018 16h11

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O maior desafio da seleção brasileira na sexta-feira, contra a Costa Rica, é psicológico. Em termos técnicos, o jogo é uma barbada. Ocasião perfeita para obter uma grande vitória e se encher de moral para a terceira rodada, quando se definirão os classificados e as posições do Grupo E.

O Brasil não jogou bem no empate com a Suíça, na estreia e, evidentemente, isso abalou a confiança de todos, que até então viviam num mar de rosas, embalados pela excelente campanha depois que Tite substituiu Dunga e pelo deslumbramento dos jornalistas que os cercam.

Não sei se o técnico mexerá na escalação, após o mau desempenho no primeiro jogo. Não acredito em mudanças radicais, mas não me surpreenderei se Roberto Firmino ganhar a posição de Gabriel Jesus e Renato Augusto a de Paulinho. Seja como for, é preciso vencer e convencer. Ou o último confronto da fase de grupos, contra a Sérvia, pode se tornar dramático.

Esta Copa do Mundo, entretanto, está mostrando que não há jogos fáceis. Grandes favoritos, como a Alemanha, a Argentina, o Brasil, a França e o Uruguai já tropeçaram, ou venceram com extrema dificuldade adversários bem mais fracos. Até a Bélgica, que derrotou o estreante Panamá pelo confortável placar de 3 a 0, penou no primeiro tempo.

Para que não haja novo sofrimento brasileiro, é de bom tom que nossos jogadores passem a se preocupar mais com a bola e menos com a aparência. Não somente Neymar, mas também Alisson importaram seus “coiffeurs” para a Rússia, para preparar cuidadosamente seus cabelos antes dos jogos! Nada contra o estilo pessoal de cada um. Mas a hora é de focar no futebol, não na aparência. Simples assim.

Se eu fosse o Tite, daria uma boa “sacudidela” no grupo, como fez Carlos Alberto Torres, com o Flamengo, em 1983, levando-o à conquista do terceiro título brasileiro, após uma campanha irregular até a sua chegada. Mas não é bem isso que vejo no dia de hoje, destinado à visita das famílias dos jogadores, atividade com criancinhas no gramado e por aí vai.

Até parece que jogamos bem, ontem. Não jogamos. E hoje era dia para caras fechadas e fisionomias concentradas. Não de festinhas e convescotes. Tomara que diante da Costa Rica, o nervosismo visto na estreia desapareça e o bom futebol dê o ar de sua graça. Caso contrário, a luta pelo hexa vai ficar para 2022, no Catar. E a conta vai cair no colo de Tite, com seus discursos de auto-ajuda, e de Neymar, com seu topete dourado.

Renato Mauricio Prado