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OPINIÃO

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Perrone: Erro de Abel não é poupar. É apresentar time time tão despreparado

Abel Ferreira observa a equipe do Palmeiras no clássico contra o São Paulo - Marcello Zambrana/AGIF
Abel Ferreira observa a equipe do Palmeiras no clássico contra o São Paulo Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

18/11/2021 15h44

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Abel Ferreira tentou mostrar que é uma rocha de segurança e convicção após ver o time praticamente reserva do Palmeiras perder por 2 a 0 em casa para o São Paulo, nesta quarta (17).

O treinador bateu no peito para dizer que é pago para tomar decisões e que foi dessa forma que levou o Alviverde ao título da Libertadores de 2020.

Antes demais nada, o português precisa lembrar que é pago para tomar decisões certas. Especialmente aquelas que levam o time à vitória.

Como parte do planejamento para a final da Libertadores, dia 27, com o Flamengo, ele acertou ao mandar para o clássico apenas dois titulares (Weverton e Marcos Rocha)?

Pode até ser. Mas há um ponto mais importante nesse momento a ser debatido. Abel leva a discussão para o caminho que o deixa mais confortável e evita encarar o tema mais importante. Sempre que entra em campo, o Palmeiras tem a obrigação de apresentar um time competitivo, bem treinado e que respeita a sua torcida. Ainda mais em clássicos.

Só que o alviverde foi uma equipe frágil, desentrosada e com erros individuais graves, como a falha bizarra de Patrick de Paula no segundo gol tricolor, feito por Luciano. Os palmeirenses ainda deram espaços confortáveis para seus oponentes aproveitarem.

O treinador tem o direito de poupar atletas, mas tem o dever de fazer a equipe jogar bem. Abel falhou nesse quesito na derrota para o São Paulo. E o erro contrasta com a declaração do treinador de que ele tem um plano que será seguido até o final.

Está claro que esse plano prevê preservar atletas pensando na decisão continental. E se é assim, como o time reserva está tão mal preparado? Se a ideia é essa, Abel tinha a obrigação de apresentar uma equipe mais arrumada.

O fato de ter liderado o Palmeiras ao título da Libertadores no ano passado não dá a Abel um alvará para formar um time que jogue tão mal e muito menos para perder clássicos .

Aparentemente, também faltou ao treinador entender a rivalidade entre Palmeiras e São Paulo, algo que Rogério Ceni conhece bem.

O português parece ainda não ter compreendido o que significaria para os palmeirenses complicar o rival na luta contra o rebaixamento.

Seu discurso indica que Abel não compreendeu que é possível preservar atletas pensando na Libertadores e jogar para vencer um clássico. Elenco para isso ele tem. Em vez de repetir tantas vezes que é pago para tomar decisões, o treinador poderia ter dedicado mais tempo de sua entrevista coletiva para explicar porque seu time foi tão frágil diante de um adversário que luta contra o rebaixamento.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL