Topo

Menon

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Zico foi muito mais que Ronaldinho Gaúcho

Bandeirão com o rosto de Zico na torcida do Kashima Antlers, do Japão - Hiroki Watanabe/Getty Images
Bandeirão com o rosto de Zico na torcida do Kashima Antlers, do Japão Imagem: Hiroki Watanabe/Getty Images

20/06/2023 10h46Atualizada em 20/06/2023 12h22

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Vou dar minha opinião sobre a polêmica da semana. E é uma opinião contraditória, aviso.

Ronaldinho foi melhor na seleção - ganhou o penta em 2002 - e teve carreira internacional melhor, brilhando no Barcelona. Foi o melhor do mundo em 2004 e 2005.

Mesmo assim, fico com Zico. E nem tanto por sua carreira espetacular no Brasil, o maior da história do Flamengo.

Fico com Zico porque ele sempre foi o máximo que poderia ser.

Pra mim, a comparação entre Zico 86 e Ronaldinho 2006 é mais importante que a comparação entre Zico 82 e Ronaldinho 2002.

Em 1986, Zico fez de tudo para jogar a Copa. Já com 33 anos, submeteu-se a todos os exercícios, inclusive no aparelho Nautilus, que mais parecia máquina de tortura.

E Ronaldinho, em 2006, dedicou-se à farra, junto com o Fenômeno.

Pouquíssimo interesse e profissionalismo. Poderia ter jogado muito mais do que jogou. Ou não jogou.

Zico, não. Como eu disse, Zico sempre deu o máximo de si. No Udinese, foi o melhor Zico possível. No Japão, em final de carreira, jogou o máximo que poderia ter jogado.

Minha simpatia por jogadores que fazem muito menos que poderiam, que não colaboram com seu dom, que não respeitam o futebol, é zero. Sócrates e Garrincha foram assim, mas o alcoolismo é uma doença e não deve ser criticado.

Se eu ainda jogasse com meus amigos, se algum dia eu fosse treinador de uma seleção além do tempo e espaço, escolheria Zico. Sem pensar. Não me deixaria na mão.