Ronaldo, ninguém é obrigado a gostar de Neymar cai-cai e bolsonarista

Ronaldo escreveu carta aberta a Neymar. E lamenta que brasileiros comemorem a sua contusão. Ronaldo dribla a verdade. Eu não vi ou li ninguém comemorar a contusão.

O que não há é uma comoção nacional por causa da contusão. É diferente. Ronaldo devia pensar porque houve essa comoção, porque houve essa solidariedade quando ele, Ronaldo, se machucou várias vezes.

Ali, havia um garoto vencedor, batalhador, encarador de zagueiros - até fisicamente falando - com a carreira em perigo.

Um pentacampeão.

Mas, veja Ronaldo, quando, em 2006, você se apresentou para a Copa sem forma física adequada para um profissional, a admiração caiu.

O brasileiro é exigente com seus ídolos. Damos tudo a eles, nossa paixão, nossos sonhos, nosso dinheiro, o nome de nossos filhos, mas queremos títulos. Dedicação. Um pouco de consideração.

Como admirar Neymar após a Copa de 2018? Aquele cai-cai piscineiro que levou ao mundo a imagem de que, nós brasileiros, somos todos malandros.

E aquela carretilha contra a Costa Rica, só depois que o jogo - muito mais duro que se esperava - estava definido. Não gostamos de humilhação.

E tem o Bolsonaro, né?

Nada contra o apoio.

Defendi aqui a coragem de se posicionar.

Mas, aguente o rojão.

Bolsonaro foi um péssimo gerente na pandemia. Sua inércia ocasionou a morte de muita gente. Muitas famílias - a minha inclusive - teve perdas fatais.

Bolsonaro é racista. É homofóbico.

Quem está do lado dele, que aguente

Eu fiz de tudo para não brigar com meus parentes queridos.

É meu limite.

Neymar, não.

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