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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Um ano depois, título de Crespo é questionado de maneira inexplicável

25/05/2022 04h05Atualizada em 25/05/2022 08h23

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Há um ano, o São Paulo foi campeão paulista. Um título que não tinha desde 2005. Terminou com um jejum que vinha desde 2012, com a Sul-Americana.

E o que vemos, após um ano, é um título pouco comemorado - o São Paulo poderia ter feito um vídeo com Hernán Crespo em suas redes sociais - e cada vez mais questionado.

O questionamento vem de torcedores, jornalistas, torcedores/jornalistas e jornalistas/torcedores.

São duas vertentes:

1) Os "desempenhistas".

Para eles, um título não se basta. Não é suficiente. Apenas será, se além de terminar em primeiro, o time tiver cumprido alguns quesitos técnicos que determinam o que é bom futebol. Conceitos subjetivos, é lógico. O bom futebol pode ser jogado com posse de bola ou com contra-ataque. Com ataque rápido ou com defesa forte.

Mas, para um título ser bom, precisa preencher o que eles acham que é bom. Como se fosse uma consulta médica: "o senhor está curado, mas o índice de gordura precisa melhorar e essa unha encravada pode ser perigosa no futuro".

"Foi campeão, mas o time teve apenas 51,678% de posse de bola, a transição defensiva foi pouco efetiva e a média de spinnings foi inferior às permutas ofensivas e às associações afetivas".

Ah, o povão comemorou? Não posso fazer nada, talvez se fizessem um curso de scout, veriam a verdade e a verdade os libertaria".

2) Os rankeadores.

Um jornalista chegou a dizer: precisamos ver se o Campeonato Paulista vale como fim da fila.

Não interessa vencer um grande rival, não interessa levar alegria ao povo...Precisa ver se ele e alguns outros rankeadores consideram a alegria valida.

O troféu está lá, guardado, mas talvez o clube devesse escrever um bilhete pedindo desculpas, "é o que tem para hoje".

Além do título Paulista, Crespo levou o São Paulo às quartas da Libertadores.

E tentam lembrar dele apenas como o comandante do péssimo Brasileiro. E fazem uma associação rasteira: foi péssimo no Brasileirão porque foi campeão paulista. Risível.

A má vontade com Crespo é inversamente proporcional à boa vontade com Fernando Diniz, aquele que foi eliminado pelo Mirassol, que perdeu para o Binacional e que foi eliminado pelo Lanús. Aliás, o Cólon foi vice da Sul-americana. Perdeu para o Defensa y Justicia, que era dirigido por...Crespo.

Para defenderem Diniz, dizem que a derrocada final no Brasileirão foi culpa da diretoria, que demitiu Alexandre Pássaro

Ridículo.

É muito difícil ganhar um título. Principalmente para um clube que foi depenado por quem devia cuidar dele.

Rogério Ceni, que faz um bom trabalho, não conseguiu. Eu acho até que vai conseguir, mas na primeira chance, perdeu com goleada.

Não é o caso de comparar um com o outro. Ou com o outro.

Apenas de lembrar que o São Paulo foi campeão após nove anos sob o comando de Hernán Crespo.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no texto, Fernando Diniz foi eliminado pelo Lanús, e não pelo Colón (quando o técnico era Diego Aguirre). O erro foi corrigido.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL