Menon: São Paulo precisa de jogadores criativos e não de Alisson, o tático

O poeta pernambucano Ascenso Ferreira (autor de Vou Danado pra Catende) também escreveu o poema "Gaúcho", em que ironiza certos aspectos do cotidiano do homem dos pampas.

Riscando os cavalos!
Tinindo as esporas!
Través das coxilhas!
Sai de meus pagos em louca arrancada!
-- Pra quê?
-- Pra nada!

Lendo o poema, me remeto a Alisson, do São Paulo.

Ajudando o lateral!

Recompondo!

Dando carrinhos!

Giro pelo campo em louca arrancada!

Pra quê?

Pra nada!

Alisson é considerado um jogador tático. Seus fãs, não olham para o que ele (não) está fazendo em campo. Esperam as estatísticas, o mapa de calor, o fracionamento da atuação, quantos desarmes, interceptações, bolas tomadas, passes dados, ufa!, cansei!

E a nota é boa!

Mesmo sem um drible, um passe que quebre as linhas, uma assistência.

Zero criatividade.

Antigamente, os jornalistas (donos da verdade) chamavam este tipo de motorzinho. O jogador que não aparece para a torcida.

Como se os jornalistas fossem mais que os torcedores. Como se vissem o que ninguém mais vê. Os iluminados.

O São Paulo precisa de jogadores que aparecem para a torcida. Jogadores criativos que ajudem o time a fazer gols. Alguém que dê passes clareadores, como Renato Augusto ou Giuliano.

Torcedores do São Paulo dizem que Alisson é um jogador que todo treinador gostaria de ter.

Jogaria no lugar de Scarpa, que faz tudo que ele faz e ainda cobra faltas e passa muito melhor?

Jogaria no lugar de Neno!

Roger Guedes?

Bruno Henrique?

Everton Ribeiro?

Nunca será Jorge Wagner, no máximo um Jorge Henrique.

O São Paulo precisa muito mais que jogadores táticos pra ser campeão.