Topo

Menon

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Menon: Pelé merece mais respeito dos brasileiros

v2 - capa desk Pelé 2 - Arte/UOL
v2 - capa desk Pelé 2 Imagem: Arte/UOL

23/10/2021 13h05Atualizada em 23/10/2021 13h22

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

"É o tempo, Maria, te comendo feito traça em um vestido de noivado"

Ah, Aldir Blanc, gênio que a covid levou.

A música é Bodas de Prata, imortalizada por Elis Regina.

Maria, a traída pelo homem bêbado, que chega, cai na cama e murmura Dora.

Ah, Pelé, que completa 81 anos. Bodas de cacau.

Na verdade, não. Quem faz 81 é o Edson. Pelé, para nós, é de 1956. Bodas de Ferro. Para o mundo, Pelé nasceu em 1958. Bodas de Sândalo.

Pelé, o imortal, que está sendo esquecido pelos seus. Outro dia, um portal colocou para seus leitores a pergunta: quem é o maior jogador de todos os tempos? E as opções eram Messi e Cristiano Ronaldo.

Não era um portal argentino. Se fosse, as opções seriam Messi e Maradona.

Não era um portal português.

Era brasileiro.

Um portal brasileiro não coloca o homem dos 1200 gols, o homem que parou uma guerra, o maior atleta do século como opção. É o tempo, Pelé...

Outro exemplo:

Grêmio e Real Madrid na final do Mundial.

Renato Gaúcho diz que jogou mais que Cristiano Ronaldo.

E Cristiano Ronaldo diz que ninguém jogou mais que ele na história do futebol. Não citou Pelé, mas está implícito.

Duas bobagem.

E os brasileiros, o que fizeram?

Riram de Renato. Não de Cristiano.

Pelé merece ser nome de rua em todas as cidades do Brasil. Merece uma estátua em cada cidade do Brasil. Corram, antes que alguém faça em Abdjan, Katmandu, Oslo ou até, quem sabe, em Buenos Aires.

Pelé não merece o destino de Maria, roída pelo tempo.