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REPORTAGEM

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Conselheiro denuncia caça às bruxas no São Paulo

Edson Lapolla, conselheiro do São Paulo - Arquivo Pessoal
Edson Lapolla, conselheiro do São Paulo Imagem: Arquivo Pessoal

14/05/2021 13h41Atualizada em 14/05/2021 13h41

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Edson Lapolla é sócio do São Paulo desde 1948, o ano em que nasceu. Presente do pai. É conselho do clube desde 1986. Foi diretor de marketing e ocupou outros cargos. Era. Não é mais.

Foi suspenso e em seguida expulso do clube, por ter feito críticas ao ex-presidente Pimenta e à atual diretoria.

Veja, a seguir, o que Lapolla escreveu e uma pequena entrevista com ele.

NUVENS GRAFITES

Já há algum tempo falo que existem nuvens GRAFITES sobre nosso Estádio, que começaram quando o Clube passou a acobertar atividades, digamos, estranhas de alguns poucos Dirigentes.

Lembro o cântico das torcidas nas arquibancadas louvando ...."FULANO LADRÃO, SÃO PAULO CAMPEÃO", coisa de apaixonados.

No inicio de 2015 tivemos um caso emblemático, conhecido pela imprensa e torcedores em geral como o "CASO DOS JACKS", referindo-se aos diretores que assinaram um contrato de comissionamento com uma empresa chinesa fantasma de nome FAR EAST TRADING, cujo dono seria um americano de nome JACK BANAFSHEHA, parceiro comercial de um dos dirigentes envolvidos.

Na ocasião, maio de 2015, o então Presidente do Conselho , Carlos Augusto de Barros e Silva, formou uma Comissão de 3 Conselheiros com a missão de uma análise profunda sobre o misterioso contrato. Tal fato deveu-se a inúmeras manifestações de Conselheiros que afirmaram ser DESNECESSÁRIA tal contratação, pois o SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE é mundialmente conhecido pela totalidade das marcas de materiais esportivos.

Tal Relatório, entregue ao Presidente do Conselho em 21 de março de 2016, apresenta inúmeras irregularidades e finaliza com algumas recomendações nada satisfatórias aos envolvidos.

SOLICITA inclusive que o Presidente do Conselho envie o Relatório para conhecimento da totalidade dos Conselheiros.

Ao invés disso, o Presidente encaminhou à Comissão de Ética, sabe-se lá com qual objetivo, pois o Relatório é muito claro e completo.

Com o argumento de que não houve o pagamento, face a surpreendente desistência do Sr. Jack Banafsheha, o Relatório foi ABSURDAMENTE ARQUIVADO.

Faço então a seguinte analogia:

Se eu pegar uma arma, apontar para uma pessoa, apertar o gatilho com a intenção de atirar, mas a arma falhar, eu SOU INOCENTE?.

Foi exatamente o que aconteceu, pois houve a INTENÇÃO DE SE PAGAR UMA COMISSÃO ALTÍSSIMA de forma DESNECESSÁRIA, como repito está muito bem explicado no Relatório dos 3 nobres Conselheiros.

Estamos próximos de uma eleição e o tal Relatório continua sendo escondido dos Conselheiros, dos Associados do Clube e, principalmente, da enorme torcida tricolor.

O porque disso ainda é um MISTÉRIO.

Edson Francisco Lapolla

Sócio nº 128 desde 31/10/1948

Conselheiro Vitalício

Um apaixonado torcedor completamente desiludido.

Lapolla recorreu a advogados e tem certeza que a punição será revertida.

"Minha expulsão é um ato tresloucado de Oltem Júnior, o presidente do Conselho. Como expulsar alguém por crime de opinião? Vivemos em uma Ditadura?"

Lapolla relembra outros casos de perseguição. "Quiseram expulsar o Marco Aurélio Cunha porque ele está trabalhando no Avaí. Eles querem impedir que a Oposição tenha 55 membros e possa atuar, cumprir seu papel".

Quando fala "eles", Lapolla se refere a Dorival Decoussau, Olten Jr, e Leonardo Serafim, Douglas Schwartzmann e Osvaldo Abreu, a quem chama de "os Jacks".

Ele lembra de outro caso, este envolvendo pouca empatia. "José Miguel Andrade é um conselheiro de 80 anos. Sempre foi um batalhador, sempre fez muito pelo clube. Está doente, em uma clínica de repouso. Não consegui pagar as mensalidades. O filho, também não. O presidente do Conselho deveria dar ele a condição de sócio remido, mas não. Mandou uma carta com um prazo para acertar a dívida. Isso ou a expulsão".

O que Lapolla chama de truculência de Olten Jr, teria incomodado o presidente Júlio Casares. "Olten demitiu uma funcionária muito querida, a Elisete, porque ela atendeu um conselheiro de Oposição. O Casares brecou e a recolocou em outro lugar. O São Paulo está assim. Um clima de perseguição e caça às bruxas".