O culto ao jabá, de Roberto Natel, explica o atraso e buraco do São Paulo
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A matéria de Thiago Fernandes sobre a "generosidade' de Roberto Natel, vice-presidente do clube e candidato à presidência, é um retrato fiel do sistema de troca de favores que impera no clube e causa seu apequenamento.
Além de relações incestuosas com jornalistas.
Entre 2017 e 2018, Roberto Natel ganhou mais de 2 mil ingressos para jogos e shows realizados no clube. Ele diz o óbvio. Não usou. E confessa o absurdo, como se fosse normal.
Segundo ele, os ingressos foram para:
1) Conselheiros - Por que um conselheiro tem direito a ingresso grátis no show do U2? Por que um conselheiro é mais que os outros? Por que tem direito de sangrar os cofres do clube? Será que é porque e um dos 240 iluminados que votam e decidem o futuro do clube? Um show, um voto?
2) Assessores? De quem? Dos conselheiros? Gente que se serve do clube e não serve o clube.
3) Adjuntos? De quem? O que é adjunto? O assessor do assessor? O mais baixo na cadeia alimentar. Sanguessugas do clube.
4) Autoridades - Quem são? Governadores, prefeitos, vereadores, deputados? O fato de serem eleitos pelo voto popular lhes dá o direito de trabalhar pelo povo, não de entrar de graça no tal Villa Mix.
Mas não é só esse tipo de autoridade, não. Deve entrar juiz de direito, desembargador, advogado, médico, e aquele sobrinho roqueiro do quinto responsável pela segurança no estádio.
5) Sócios - Não há o que falar. Sócio não tem direito a nada de graça.
6) Jornalistas - Que vergonha para essa profissão! Como vai cobrir o clube se ganha ingresso para show?
É assim que o clube é governado. Com pequenos favores, com toma lá, dá cá, compadrios..
E não é apenas Roberto Natel.
Julio Casares não pensa de forma diferente.
O sistema eleitoral do São Paulo é uma vergonha. São 240 conselheiros que decidem o futuro de 15, 18 milhões. E o voto é influenciado por ingressos para shows, jogos, quem sabe um pirulito ou um pastel com caldo de cana.
Não é à tôa que a noiva de um ex-presidente intermediava jogadores.
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