Topo

Menon

O dia em que Parreira humilhou e crucificou Barbosa pela segunda vez

08/05/2020 04h04

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O Brasil é o país dos bacharéis. Todos adoram os doutores e suas mesóclises. O linguajar floreado e as citações (mesmo que sejam tão falsas com as frases atribuídas a Cora Coralina e Clarice Lispector na internet) abrem portas.

No futebol é assim também. Um desses falsos brilhantes é Carlos Alberto Parreira. É tratado como sumidade, mesmo tendo plagiado um livro em 2005. Seu único livro. Mesmo tendo lido a carta de Dona Lúcia após o 7 x 1. Mesmo dizendo que a CBF é o Brasil que deu certo.

Parreira é um sujeito afável e de boa fala. E capaz de uma crueldade imensa, como a que presenciamos, os repórteres que cobriam a seleção, em 1993.

O Brasil treinava na Granja Comary, em Teresópolis. E recebeu a visita de Barbosa, goleiro da Copa de 50. Ele estava lá a convite da BBC, que gostaria de uma conversa rápida entre ele, o renegado de 1950, com Taffarel, o titular do time que tentava buscar o tetra.

Parreira, o treinador, não permitiu o encontro. Medo do fantasma de 50, pouca confiança no emocional de Taffarel? "Proibi mesmo. Não quero contato com Barbosa ou nenhum jogador do passado. Não acrescenta nada".

Parreira é um cara medíocre, no sentido de médio, o cara que não voa. Um pragmático. Em 94, antes da Copa, houve dois fatos esportivos marcantes: a morte de Ayrton Senna e a conquista do Mundial feminino de basquete, pelo Brasil de Paula, Hortência, Janeth, Marta e outras grandes jogadoras.

E Parreira nem gostava que se tocasse no assunto, que se fizessem comparações. Cuidadoso aí extremo. E, em 2006, permitiu toda a gandaia da seleção de Ronaldo (em formato Ronaldão) e Ronaldinho. E em 2014, permitiu aquele esperai ridículo de jogadores segurando a camisa de Neymar, contundido.

Em 93, além de medíocre, Parreira foi cruel. Fez com que Barbosa fosse condenado novamente, 43 anos após o Maracanazo.