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Soteldo é tigre faminto, não jibóia saciada

Soteldo abraça Carlos Sánchez durante o jogo entre Santos e Botafogo-SP - Santos FC/Divulgação
Soteldo abraça Carlos Sánchez durante o jogo entre Santos e Botafogo-SP Imagem: Santos FC/Divulgação

10/02/2020 21h50

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Vamos juntar um venezuelano bom de bola, um carioca bom de texto e um velho santista, ótimo revisor.

O Diário Lance! foi lançado em 1997. Tinha alguns veteranos - Noriega, Lédio, Barreto, Stycer, eu e outros - e muitos focas talentosos. Um deles era o Rodrigo Araújo, que escrevia muito bem.

Outro dia, no FB, li um pequeno texto dele. Ele dizia que os jogadores de hoje sai profissionais corretos, mas sem aquele instinto matador de antes. A Argentina poderia eliminar o Brasil, mas como já estava classificada, como já havia cumprido seu papel, não se esforçou. O Fluminense fez três no Botafogo e poderia fazer seis. Não foi atrás. Parou.

Imediatamente, me lembrei do Hélio Cabral, ex-delegado e ex-revisor no Jornal da Tarde. Ótimo revisor. Cortava tudo. Ficava bravo com a frase rápido contra-ataque. Você já viu contra-ataque lento, rapaz?

Ele ria muito de uma preleção de Paulo Autuori. "Não quero jibóias saciadas, quero tigres famintos", ele teria dito.

Soteldo não tem corpo de tigre. Parece mais um coala, um coelhinho.

Ledo engano. Ele é do tipo encarador. Quer ganhar sempre. Todos os jogos. Todas as jogadas. Nunca tira o pé. Nunca deixa de tentar fazer tudo o que pode. Vai para o jogo com a fogosidade de um adolescente no primeiro date. O Botafogo sentiu na pele.

Soteldo faz a alegria de quem gosta de futebol. Como o Rodrigo, o Hélio, eu e todos vocês.