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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Noruega de Haaland também quer vaga da Rússia na repescagem da Copa

Atacante norueguês Haaland está hoje fora da Copa do Mundo do Qatar - Jorge Guerrero/AFP
Atacante norueguês Haaland está hoje fora da Copa do Mundo do Qatar Imagem: Jorge Guerrero/AFP

Colunista do UOL

01/03/2022 10h40

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Depois da Eslováquia, a Noruega do craque Haaland também enviou à Fifa pedido para ocupar o lugar da Rússia na repescagem das Eliminatórias da Europa para a Copa do Mundo do Qatar. Nesta segunda-feira (28), a entidade suspendeu os russos por tempo indeterminado de qualquer atividade internacional no futebol por causa do ataque militar à Ucrânia.

A decisão tira da Rússia a chance de ir ao Qatar, já que não poderá enfrentar a Polônia, em 24 de março, na primeira rodada da repescagem europeia. Internamente, a cúpula da Fifa descarta encerrar a suspensão antes desse jogo devido à pressão que sofreu para sancionar a Rússia. Vários países, incluindo Polônia, Suécia e República Tcheca, equipes na chave russa das Eliminatórias, avisaram que não entrariam em campo contra os russos nem mesmo em campo neutro, como programou a Fifa inicialmente.

A Fifa não sinalizou o que fará com a vaga russa na repescagem. Há um vácuo no regulamento, que diz apenas que serão 12 seleções participantes, brigando por três vagas para o Qatar: as dez segundas colocadas nos grupos iniciais das Eliminatórias e mais os dois campeões de grupos mais bem pontuados, entre aqueles que não garantiram vaga direta, da Liga das Nações — foram Áustria e República Tcheca. O artigo 6 do regulamento das Eliminatórias diz que "se qualquer associação for retirada ou excluída da competição, a Fifa deverá decidir sobre o assunto a seu exclusivo critério e tomar a ação que considere necessária". Ou seja, a Fifa faz o que quiser.

Há na federação quem defenda o modelo mais simples, que é dar WO a favor da Polônia, que avançaria diretamente à segunda rodada e esperaria o vencedor de suecos e tchecos para confrontar, em Varsóvia, por uma vaga na Copa do Mundo. A ideia não é unânime: na avaliação de alguns membros europeus do Conselho da Fifa isso daria vantagem à Polônia sobre os rivais.

Colocar um substituto é opção, mas quem seria? Pelo regulamento, o campeão de cada um dos dez grupos se classificava diretamente à Copa e os dez vices, mais os dois oriundos da Liga das Nações, brigariam por outras três vagas ao serem divididos em três chaves de quatro times. A Eslováquia, terceira colocada do grupo russo na fase inicial das Eliminatórias, foi a primeira a enviar pedido para a Fifa para ocupar a vaga, alegando ser a herdeira natural por ter ficado logo atrás na chave H — a Croácia foi a vencedora e se classificou ao Qatar.

Já a Noruega alega que teve a melhor campanha entre os terceiros colocados, com 18 pontos — mesma pontuação da Albânia, mas melhor saldo de gols. A Eslováquia somou 14. Os noruegueses mantêm a posição mesmo excluindo os seis pontos que fizeram sobre Gibraltar, último da chave, como manda o regulamento porque havia grupos com cinco e com seis times.

Os comandos da Fifa e a Uefa, que co organiza as Eliminatórias, devem tomar uma posição nos próximos dias. A possibilidade de a Rússia recorrer da suspensão ao Tribunal Internacional na Suíça pode dar ainda mais confusão.

Os jogos da Ucrânia pela repescagem europeia se mantêm inalterados: dia 24 de março frente à Escócia, em Glasgow, e caso vença dia 29 contra quem ganhar de País de Gales e Áustria, também fora de casa. A federação escocesa ofereceu estrutura de treinamento para os ucranianos ficarem em Glasgow antes do confronto de março.