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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Copas com 48 seleções e novas categorias: o que a Fifa propõe para a base

Kaio Jorge (esq.) e Lázaro pelo Brasil no título do Mundial sub-17 de 2019 - REUTERS/Sergio Moraes
Kaio Jorge (esq.) e Lázaro pelo Brasil no título do Mundial sub-17 de 2019 Imagem: REUTERS/Sergio Moraes

Colunista do UOL

24/12/2021 04h00

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A mudança no calendário do futebol proposto pela Fifa atinge também os torneios de seleções de base. Estudo feito pela entidade, e apresentado no início da semana aos 211 filiados, mantém uma Copa do Mundo sub-20 a cada dois anos, mas aumenta o número de categorias abaixo em campeonatos mundiais anuais — isso valeria para o masculino e para o feminino.

O relatório aponta que é preciso reformular as competições juvenis, até os 18 anos, para dar oportunidades de participação a jogadores de mais nações e a países de organizar os torneios, recebendo assim investimento para o desenvolvimento da base na região.

COMO ESTÁ
Hoje a Fifa tem, no masculino, um Mundial sub-20 com 24 participantes, disputado a cada dois anos -- no feminino são 16 concorrentes, também bienal. A periodicidade seria mantida e a entidade diminuiria os custos de organização para tentar levar as competições a países mais pobres.

A federação organiza também um Mundial sub-17 bienal, com o mesmo formato do sub-20 (24 participantes no masculino e 16 no feminino). A conclusão do relatório é que esse modelo limita a formação de atletas, já que normalmente os mesmos países se classificam. O número de participantes também é considerado baixo.

AS MUDANÇAS PROPOSTAS
O relatório apresenta dois planos, ambos com torneios juvenis anuais, com 48 participantes, mas com diferenças nas idades:

PLANO A
- Mundial sub-20 a cada dois anos, com 24 participantes (masculino e feminino)
- Mundial sub-17 anual, com 48 participantes (masculino e feminino)

PLANO B
- Mundial sub-20 a cada dois anos, com 24 participantes (masculino e feminino)
- Mundial sub-18 anual, com 48 participantes (masculino e feminino)
- Mundial sub-16 anual, com 48 participantes (masculino e feminino)

No torneio de 48 seleções a proposta é criar quatro mini-torneios com 12 participantes em cada, com o campeão de cada um disputando um "final four", em formato tradicional de semifinal e final. Tudo ocorreria no mesmo local (leia mais abaixo).

Os 12 times de cada mini-torneio seriam divididos em três grupos de quatro, com o vencedor de cada e o melhor segundo colocado avançando para as semis e, os ganhadores, à final de cada mini-torneio.

SEDES
Os torneios sub-20 seguiriam formato atual, com um país-sede sendo escolhido e indicando de duas a três cidades-sedes e estádios. A novidade é o que o relatório diz que os torneios juvenis deveriam adotar o formato de "multicomplexo", que já é utilizado atualmente em competições de base de clubes.

O local do torneio, chamado no documento de "parque", teria vários campos, para que jogos acontecessem simultaneamente, o que daria maior interação entre técnicos, jogadores e dirigentes, facilitando processos de desenvolvimento das categorias, segundo o documento da Fifa.

Segundo a Fifa, esse modelo diminuiria os custos em até 44% para organizar uma competição desse nível, o que poderia levar anualmente as competições juvenis a países que hoje não teriam condições de receber um evento Fifa. A duração dos dois, ou quatro, torneios mundiais juvenis (masculino e feminino) seriam de até 30 dias.

A pandemia de covid-19 adiou os Mundiais de base da Fifa em 2020 e 2021, por isso as edições de 2022 e 2023 já estão com as sedes definidas:
Mundial sub-20 feminino - Costa Rica - 11 a 30 de outubro de 2022
Mundial sub-17 feminino - Índia - 10 a 28 de agosto de 2022
Mundial sub-20 masculino - Indonésia - em 2023
Mundial sub-17 masculino - Peru - em 2023

Com isso, caso a mudança no calendário do futebol de base seja aprovado pelo Congresso da Fifa, os novos torneios só ocorreriam a partir de 2024 — anualmente os juvenis e o sub-20 feminino nos anos pares e o sub-20 masculino nos ímpares.