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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Seleção brasileira pode ter Córdoba como base na Copa América

Estádio Mario Kempes, em Córdoba, que pode receber três jogos da seleção - Divulgação/Conmebol
Estádio Mario Kempes, em Córdoba, que pode receber três jogos da seleção Imagem: Divulgação/Conmebol

Colunista do UOL

30/05/2021 14h00

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Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e AFA (Associação do Futebol Argentino) elaboram uma nova tabela para a Copa América. A seleção brasileira no Grupo B, que jogaria originalmente na Colômbia, pode ter como sede principal a cidade de Córdoba, a 700 km de Buenos Aires.

Pelo esboço feito até agora, o time de Tite faria três de seus quatro jogos da primeira fase no estádio Mario Kempes — o quarto seria no Único, de Santiago del Estero (1 mil km da capital) ou no Malvinas Argentinas, em Mendoza (1 mil km de Buenos Aires). O Mario Kempes recebeu em janeiro a final única da Copa Sul-Americana, entre Defensa Y Justicia e Lanús, e em 2011 foi sede da Copa América, com o Brasil de Mano Menezes realizando duas partidas por lá (2 a 2 contra o Paraguai e 4 a 2 no Equador).

Reunião na quinta-feira passada definiu detalhes para que o torneio ocorra integralmente no país depois que a Colômbia foi retirada da organização conjunta por causa da instabilidade política. Há procedimentos a serem definidos para que se torne oficial, o que a Conmebol espera fazer até terça-feira (1) — o torneio está marcado de 13 de junho a 10 de julho.

Além de cumprir um rigoroso protocolo sanitário solicitado pelo governo argentino, que inclui que todos os membros das delegações das dez seleções estejam vacinados contra a covid-19, atrasa também o anúncio a montagem de uma nova tabela, que vai incluir mais estádios aos quatro originais — Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, Mario Kempes, em Córdoba, Malvinas Argentinas, em Mendoza, e Único de Santiago del Estero.

As autoridades pediram que bolhas sejam criadas para que as delegações se movimentem o mínimo possível. Por isso que uma nova tabela está sendo elaborada, mudando inclusive de local jogos do Grupo A, que originalmente já ocorreriam na Argentina.

Há ideia, por exemplo, de que os anfitriões joguem suas quatro partidas em Buenos Aires, para não saírem da bolha no centro de treinamento da AFA. Inicialmente a Argentina faria três confrontos no Monumental de Nuñez, incluindo a abertura contra o Chile, dia 13 de junho, mas o clássico contra o Uruguai, um dos jogos mais aguardados da primeira fase, dia 17, seria em Córdoba e agora mudaria para a capital. Córdoba também receberia a semifinal que estava marcada para Medellín, na Colômbia, e Mendoza a disputa de terceiro lugar que seria em Bogotá.

A Conmebol gostaria de incluir mais dois ou três estádios como sedes, de preferência na região de Buenos Aires. O José Amalfitani, do Vélez Sarsfield, teve uma vistoria e agradou e o Jorge Luis Hirschi, do Estudiantes, e o Único, ambos em La Plata, próximo à capital, também passaram por inspeções, assim como o La Bombonera, do Boca Juniors.

No interior agrada à Conmebol o del Bicentenário de San Juan, que está relativamente próximo a Mendoza e poderia servir como subsede para as seleções que jogarem no Malvinas Argentinas. Poderiam, assim, dividir o torneio em três regiões (bolhas): Buenos Aires (com dois ou três estádios); Córdoba/Santiago del Estero e Mendoza/San Juan.

Tudo isso está em análise e dependerá do aval das autoridades. Na sexta-feira (28), o secretário-geral adjunto e diretor de desenvolvimento da Conmebol, o argentino Gonzalo Belloso, disse em entrevista à Rádio La Red que ainda não confirmava a Copa América integralmente na Argentina, o plano A, e deixou em aberto o B, que seria levar o Grupo B para o Chile. Neste domingo (30) a ministra da saúde da Argentina, Carla Vizzotti, disse que não pode assegurar 100% que o torneio será no país, devido à pandemia, mas que se prepara para isso. Internamente, todas as reuniões feitas por funcionários da Conmebol trabalham com o torneio realizado em solo argentino.

Antes da Copa América, a seleção brasileira terá duas partidas pelas Eliminatórias da Copa do Qatar: na próxima sexta-feira (4) encara o Equador, em Porto Alegre, e dia 8 de junho o Paraguai, em Assunção. Nesta viagem, a delegação deve receber as doses da vacina do laboratório chinês Sinovac que a Conmebol recebeu para aplicar na "família do futebol sul-americano". A CBF, por causa da legislação, ainda não conseguiu trazer ao Brasil as 5 mil doses a que tem direito.