Opinião: Qualquer previsão sobre o calendário do futebol brasileiro é chute
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O que vai acontecer com o calendário do futebol brasileiro só será definido quando se souber a data exata que a bola voltará a rolar. Parece óbvio, mas é o que a CBF tem frisado a clubes, federações e patrocinadores para tentar evitar especulações como a de que o Brasileiro mudará o formato ou os Estaduais não vão ser concluídos. Há somente um plano em vigor atualmente: esperar.
Na quinta (26), os 20 clubes da Série A em contato com a CBF avisaram que não querem mudar o regulamento do Brasileiro, dos pontos corridos para fase eliminatória, o mata-mata, como revelou o jornalista PVC no Globo Esporte. Na visão da cartolagem seria impossível cumprir acordos comerciais caso houvesse uma mudança radical de formato.
O discurso é bonito, mas na prática não funciona porque não se sabe quando o futebol voltará no Brasil por causa da pandemia do novo coronavírus, que fechou comércio e escolas na maior parte do país e, consequentemente, estádios de futebol. Pode não haver datas suficientes.
Abril está descartado e os clubes darão férias de 20 dias aos atletas e maio é visto com desconfiança. Apesar de o presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), Alejandro Domnguez, ter dito recentemente que sonha retomar a Libertadores em 6 de maio, diretores da entidade trabalham com junho, na melhor das hipóteses. Tanto que pediram e conseguiram que a Fifa autorizasse que jogos das Eliminatórias para a Copa-2022 só voltem em setembro, abrindo espaço para usar junho para as rodadas atrasadas da Libertadores se possível.
Se o futebol só voltar em junho, CBF, federações e clubes terão que tomar decisões duras: cancelar os Estaduais, diminuir ou até não fazer o Brasileiro-2020. Sim, há quem fale dentro da CBF que se a normalidade demorar a melhor solução seria não ter Brasileiro nesta temporada. Usaria o segundo semestre para finalizar Estaduais, Copa do Brasil e torneios continentais, competições que são mais curtas.
Portanto qualquer decisão hoje é inócua. O cenário atual de os clubes irem contra mudanças no regulamento no Brasileiro pode não valer nada daqui a dois meses. O aumento de casos e de mortes pela Covid-19 no Brasil em abril, inevitável segundo especialistas, deixa tudo nebuloso. Resta esperar.
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