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Marcel Rizzo

Se depender de quem regula o futebol, cartão em festa com torcida continua

Janderson comemora com torcedores segundo gol do Corinthians sobre o Santos - Marcello Zambrana/Marcello Zambrana/AGIF
Janderson comemora com torcedores segundo gol do Corinthians sobre o Santos Imagem: Marcello Zambrana/Marcello Zambrana/AGIF

Colunista do UOL

03/02/2020 11h43

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A expulsão de Janderson na vitória de 2 a 0 do Corinthians sobre o Santos neste domingo (2), pelo Paulista, reabriu discussão sobre as punições em comemorações de gols. Ele foi até os torcedores e recebeu o segundo cartão amarelo, foi portanto expulso e acabou fora do resto da partida. Por mais que gere descontentamento, a Ifab (International Board) não tem planos, por enquanto, de flexibilização a advertências por comemorações que considere perigosas. A Ifab é o órgão que regula o futebol.

No dia 29 de fevereiro, o conselho da Ifab fará seu encontro anual em Belfast, na Irlanda do Norte, para discutir mudanças nas regras. Estará em pauta, por exemplo, novos procedimentos para se evitar concussões (pancadas na cabeça) e balanço e possíveis atualizações do uso do VAR (árbitro de vídeo). Não há menção na agenda a qualquer alteração em comemorações.

No ano passado houve até uma mudança que deixou mais rígida punições em comemorações: o cartão amarelo também será dado caso o gol seja anulado. Os membros da Ifab, que tem representante da Fifa e de federações britânicas, acharam necessária a atualização justamente por causa do VAR, que faz com que gols possam ser anulados depois de minutos de revisão.

A regra 12.3 do futebol prevê punição para comemorações consideradas excessivas. Diz o texto: "Os jogadores podem comemorar os gols, mas as comemorações não podem ser excessivas; as comemorações "coreográficas" não devem ser estimuladas e não podem causar perda de tempo excessiva. Deixar o campo de jogo para comemorar um gol não é uma infração passível de advertência com cartão amarelo, no entanto os jogadores devem regressar o mais rapidamente possível. Um jogador deve ser advertido com cartão amarelo, inclusive se o gol for anulado, por":

- subir nos equipamentos de proteção do campo e/ou se aproximar dos espectadores de modo que cause insegurança ou fira os princípios de segurança;
- fazer gestos ou praticar ações provocativas, debochadas ou inflamatórias;
- cobrir a cabeça ou o rosto com máscara ou outro artigo semelhante;
- tirar a camisa ou cobrir a cabeça com a camisa.

Esta última tem, informalmente, apoio dos clubes e federações que acreditam que o ato de tirar a camisa afeta os patrocinadores que pagam caro para exibir suas marcas no uniforme. O gol é exatamente o momento em que o nome do parceiro estará mais em evidência nas transmissões e fotografias.

A Ifab se reúne anualmente e recolhe sugestões principalmente de federações. A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), por exemplo, enviará duas propostas de alteração no protocolo do VAR: uma para que o tempo corrido de jogo será paralisado durante qualquer checagem e outra que proíba os jogadores de conversarem com o árbitro durante as revisões. A primeira é improvável que até entre na pauta e a segunda já aparece hoje como possibilidade até de advertências com um cartão amarelo.