Juca Kfouri

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Reportagem

A alegria de Wembley virou reação e justa irritação no Santiago Bernabéu

Quando Lamine Yamal, 16 anos, aos 10 minutos, entrou na área brasileira fazendo festa pela direita e mergulhou sobre a perna de João Gomes, a Espanha tinha absoluto domínio e o Brasil estava acuado.

Parecia sem o fervor competitivo do jogo contra a Inglaterra.

Para piorar, sem VAR, o assoprador de apito caiu na queda forçada do menino e marcou pênalti que Rodri converteu ao bater no meio do gol.

Se Bento não escolhesse um canto, pegaria.

Só aos 16 minutos a Seleção completou seu primeiro ataque e o Santiago Bernabéu viu o que está habituado, uma boa jogada entre Rodrygo e Vinicius Júnior, que bateu prensado para fácil defesa de Unai Simón.

Yamal ia tão bem que Endrick, no banco, deveria pensar por que o espanhol podia estar em campo e ele, um ano mais velho, não.

O espírito brasileiro era tão diferente do clássico em Wembley, que permitia a Rodri a liberdade que o caçado Bellingham não teve no sábado.

Aos 35 minutos, a Espanha havia feito dez faltas contra cinco brasileiras.

E, aos 36, Dani Olmo deixou Beraldo e Bruno Guimarães órfãos de pai e mãe, com direito à caneta no ex-são-paulino, e marcou um golaço para fazer 2 a 0.

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Aos 39, Unai Simón resolveu dar um regalo para Rodrygo que recebeu, agradeceu e encobriu o goleiro do Athletic Bilbao: 2 a 1, caído do céu.

Ir para o intervalo perdendo só por 2 a 1 era uma dádiva para o time de Dorival Júnior, insosso como aquele de Fernando Diniz, que ainda viu Rodri soltar uma bomba em cima de Bento.

Era óbvio que Endrick entraria no segundo tempo, não por ser salvador de pátria alguma, mas por ser incomparavelmente melhor que Raphinha, uma phiada.

Além do prodígio palmeirense, entraram Andreas Pereira, Yan Couto e André nos lugares de Raphinha, João Gomes, Danilo e Bruno Guimarães.

E com menos de um minuto Vini desperdiçou contra-ataque lançado por Endrick que, aos 4, pegou sobra de bola na área e empatou 2 a 2, em seu segundo toque na bola.

Muito prazer, madridistas!

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Aos 8, Unai Simon evitou a virada dos pés de Rodrygo. Era outro Brasil em campo, como se tivesse recebido uma descarga elétrica no intervalo.

Tinha jogo, enfim!

Bento também tinha de trabalhar e trabalhava bem.

Beraldo sofria com o Yamal e o capitão Vini mais errava que acertava, com a Espanha retomando o comando do jogo, com o sistema defensivo brasileiro dando espaço demais aos rivais.

E Vini saiu aos 25, trocado por Douglas Luiz.

Se o assoprador de apito português fosse guarda de trânsito causaria trombadas e congestionamentos, tão confusas as sinalizações dele.

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E Bento evitava o terceiro gol espanhol enquanto Endrick se sacrificava com lesão na coxa, mas não pedia para sair.

André, tão certeiro no Fluminense, errava passes de maneira rara e, depois de apanhar, Endrick bateu e foi amarelado, porque não é de levar desaforo para casa, no que faz bem — o violento corintiano Fagner que o diga depois que tentou intimidá-lo no último Dérbi.

Galeno estreou no lugar de Rodrygo, em noite discreta, aos 36.

Se alguém merecia estar vencendo era a Espanha, mas como o pênalti não existiu, o empate ficava bem para ela e melhor ainda para o Brasil.

Mas, aos 39, Carvajal forçou choque com Beraldo e o assoprador deu outro pênalti mandrake, novamente convertido por Rodri.

Aos 46, Paquetá ainda pôde empatar, o que seria o castigo que o lusitano merecia.

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Com VAR é ruim, sem ele é pior.

E não é que, aos 50, o cara marcou pênalti claro de Carvajal em Galeno e Paquetá empatou 3 a 3!

Placar moral? 3 a 1 para o Brasil.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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