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OpiniãoEsporte

Jogos da Libertadores estão parecendo a 3ª divisão da Europa

Na semana que vem, saberemos quais serão os quatro semifinalistas da Champions League.

Tudo ficou igual nos jogos da última terça-feira (9), dando as mesmas chances para Manchester City, Real Madrid, Arsenal e Bayern de Munique.

Foram dois jogaços, com os times indo para cima procurando a vitória, sem que, em nenhum momento, eles tentassem segurar o resultado. No 3 x 3 do Santiago Bernabéu, assistimos aos dois últimos campeões da Champions e do mundo e, sem dúvida, os dois grandes times do futebol mundial na atualidade.

Comparando o que estamos assistindo na Libertadores, não existe nenhuma equipe na América do Sul em condições de bater de frente com eles. No ano passado, ficou nítida a enorme diferença entre as equipes no Mundial de Clubes, na final entre Manchester City e Fluminense, que terminou 4 x 0 para os ingleses, que jogaram andando.

Em 2022, o Real Madrid não enfrentou um time brasileiro porque o Flamengo foi eliminado na semifinal pelo Al-Hilal. Em 2021, o Palmeiras jogou bem, mas perdeu para o Chelsea, e em 2020 foi eliminado na semifinal pelo Tigres e não teve chance de medir forças com o Bayern de Munique. Para encerrar o histórico de confrontos recentes, em 2019 o Flamengo até fez boa partida, mas perdeu para o Liverpool por 1 x 0, sendo dominado o jogo todo.

Existe um abismo financeiro, técnico e tático entre os continentes e não podemos nem debater as nossas possibilidades. Para quem assistiu aos quatro jogos da Champions e depois viu Grêmio x Huachipato, Fluminense x Colo-Colo, São Paulo x Cobresal, chega a ser desanimador.

Na Champions jogam futebol de verdade, enquanto na Libertadores é disputada qualquer outra coisa, menos futebol. Tudo bem, o nível até fica um pouco melhor quando chega a fase de mata-mata, mas os times sul-americanos não conseguem bater de frente nem com os semifinalistas da Liga Europa. O futebol do nosso continente é muito fraco, e ainda gostamos não por ser empolgante, mas porque nos acostumamos com espetáculos ruins.

A qualidade técnica da Libertadores caiu assustadoramente depois que a Conmebol aumentou o número de participantes. Tem muito time ruim na primeira fase, que deveria ter um número menor de participantes.

Com o novo Mundial de Clubes que começa em 2025, as chances dos clubes sul-americanos ficaram mínimas. Todos os grandes times brasileiros jogaram contra equipes bem mais fracas nesta rodada da Libertadores, muitas delas sem tradição alguma, e ninguém conseguiu fazer uma grande partida, mesmo aqueles que jogaram em casa entre terça (9) e quarta (10).

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Hoje (11), o Palmeiras enfrenta o Liverpool (Uruguai), no Allianz Parque, e além de vencer bem, também precisa fazer uma grande partida porque, Flamengo, Fluminense e São Paulo venceram seus jogos apresentando um futebolzinho bem fraquinho.

Vencer é o objetivo de um atleta porque é preparado para isso, mas no futebol só vencer não basta para os grandes times, principalmente contra times inferiores. Precisa jogar bem, se impor e se fazer gols. É assim que vejo o futebol. A prioridade é ganhar, mas com um futebol de acordo com os jogadores que têm.

As pessoas que dizem que ganhar não é a prioridade talvez nunca tenham participado de uma competição. Não existe na cabeça de uma pessoa competitiva ir bem e perder. Pergunte para um grande atleta da natação se para ele tudo bem fazer uma grande prova e perder. Para um velocista se ele fica realizado fazendo uma ótima corrida, mas perdendo na reta de chegada. As pessoas de fora podem se divertir com o próprio time fazendo uma grande partida, mas perdendo. Só que os atletas, não, e alguns treinadores ainda usam essa fala para justificar derrotas.

Para finalizar: lá na Europa, quando os grandes se enfrentam, dão um grande espetáculo e se agridem o tempo todo em busca da vitória. Alguém viu até agora algum jogo aqui na América do Sul melhor, mais dinâmico, intenso e empolgante que Real Madrid x Manchester City?

Quantos jogadores que jogam no Brasil, entre brasileiros e estrangeiros, que podem ir para um grande clube europeu com condições de algum dia ganhar uma Bola de Ouro?

Nesse momento só um: Endrick, que está negociado com o Real Madrid e o mundo olha para ele como o grande jogador de um futuro próximo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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