Endrick segue marcando e leva o Palmeiras à final do Paulistão

Nesta semifinal do Paulistão contra o Novorizontino, o Palmeiras fez um péssimo primeiro tempo, errando muitos passes e se deixando envolver pelo adversário no retorno ao Allianz Parque, que estava lotado, sem mostrar poder de reação.

Já o Novorizontino se sentiu em casa com trocas de passes, ultrapassagens, tabelas e poderia ter saído vencendo por pelo menos 2 x 0, pois criou várias chances claras de gol, enquanto o Palmeiras não teve nem uma.

No intervalo, Abel preferiu não mexer na equipe e apenas orientou e provocou o emocional de seus jogadores, mas se quisesse poderia ter mudado dois jogadores, pois ninguém foi bem.

Já Eduardo Baptista, que fez um incrível trabalho no Paulistão, não precisava fazer nada além de pedir para que sua equipe voltasse para o segundo tempo com o mesmo foco e intensidade do jogo, forçando o Palmeiras a continuar errando, para que a torcida começasse a chiar e os jogadores ficassem nervosos.

Mas resolveu mudar e alterou a defesa que estava com três zagueiros, tirando Chico, que é um defensor alto e forte na bola aérea. Junto com seus outros dois companheiros de zaga, ele não tinha dado nem uma chance ao ataque palmeirense, anulando tanto Flaco como Endrick.

Com essa mudança tática, as vulnerabilidades apareceram logo nos primeiros ataques, nos quais o Palmeiras levou vantagem com três jogadas aéreas. Numa jogada rápida, Mike levantou na cabeça de Flaco Lopez, que ajeitou perfeitamente para Endrick, que dominou e bateu com rapidez e precisão alucinante, fazendo o gol da classificação palmeirense.

Não havia passado uma semana desde o jogo contra a Inglaterra, em Wembley, quando Endrick também marcou o gol da vitória. O garoto fez três gols decisivos, incluindo a sua bola na rede no empate contra a Espanha, no Santiago Bernabéu, que será sua nova casa.

Talentoso, antevê a jogada, se posiciona sempre muito bem dentro da área, como demonstrou nos três gols que fez em apenas seis dias nestes três jogos que mencionei.

Um time que conseguiu dominar o Palmeiras, como fez o Novorizontino no primeiro tempo, tinha que marcar um gol. O equilíbrio do time do Abel é impressionante e, mesmo sendo muito inferior, consegue mudar o jogo e vencer, mesmo que seja por 1 x 0.

Por isso, acho o Palmeiras sempre favorito em todos os campeonatos desta temporada, porque no mínimo consegue chegar. E quando chega é para ganhar.

Este ano, com o fortalecimento do Flamengo, que deixou o time tecnicamente sensacional, teremos um confronto pelos títulos muito acima dos últimos anos. Se o Rubro-Negro é o grande time tecnicamente na América do Sul, o Alviverde é o mais regular e competitivo.

No domingo (31), já haverá a primeira partida da final contra o Santos, no alçapão da Vila Belmiro, que estará lotado com a empolgada e maravilhosa torcida santista.

O Santos está muito bem neste Paulistão, mas o Palmeiras tem mais time e é o favorito. O que é normal pela situação atual dos dois clubes.

Só que em um clássico de final com a rivalidade que tem e analisando como foram as semifinais dos dois times, existe sim uma possibilidade de o Santos ser campeão.

Acho muito difícil que isso aconteça, porém o Palmeiras não pode repetir os mesmos erros que cometeu contra o Novorizontino.

O Santos tem um time super organizado, com uma bola aérea fortíssima e um meio-campo muito bom — melhor do que muitos times da Série A do Brasileirão.

Palmeiras x Santos duelaram muito nos anos 1960, mas eram outros tempos.