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Guarani e São Paulo deram show de futebol na final de 1986

Hoje (25), o estádio Brinco de Ouro, em Campinas, será palco do jogo entre Guarani e São Paulo, às 18h (de Brasília).

O time de Campinas corre sérios riscos de cair para a Série A2 do Paulistão, enquanto o São Paulo precisa urgentemente da vitória para lutar pela classificação às quartas de final.

O Guarani está em último no Grupo B, com apenas cinco pontos, e o Tricolor é o terceiro do D, com 14 pontos, mas com dois jogos a menos em relação aos líderes da chave: Novorizontino (18) e São Bernardo (15).

A vitória leva o time de Thiago Carpini para a vice-liderança, graças à vitória do Santos por 2 a 1 sobre o São Bernardo.

Mas há 37 anos, esse mesmo jogo era gigantesco, pois em 25 de fevereiro de 1987, foi disputada uma final espetacular pelo Campeonato Brasileiro de 1986.

Dois times fortíssimos, agressivos, intensos e muito bem treinados por dois ex-jogadores que fizeram história no futebol brasileiro.

O ex-goleiro Carlos Gainete, de vários times do Brasil, mas principalmente do Internacional, era o treinador do Guarani. Enquanto isso, do lado Tricolor, quem comandava aquela equipe incrível era o eterno canhão da Vila, o Sr. Pepe.

Para começar, os ataques dos times eram infernais, com dois centroavantes muito acima da média e goleadores clássicos.

O camisa 9 do Guarani era o Evair, que tinha uma inteligência futebolística enorme, assim como fazia gols de todas as formas. Ele disputou a artilharia do campeonato exatamente com o camisa 9 do São Paulo, que era o genial Careca.

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Careca foi o artilheiro do campeonato, com 25 gols, e Evair ficou em segundo, com 24.

Assim como a disputa pela artilharia foi espetacular, essa partida final foi para ficar na história do futebol brasileiro.

No tempo regulamentar, o jogo terminou empatado por 1 a 1, com um gol contra do lateral Nelsinho para o Guarani e o empate vindo através do volante Bernardo para o São Paulo.

O jogo estava tenso devido à igualdade da disputa e ao equilíbrio técnico dos dois times.

A decisão foi para a prorrogação e quem pensava que os jogadores iriam administrar o jogo pelo cansaço errou feio, pois a dinâmica e a intensidade do jogo foram maiores do que nos 90 minutos oficiais.

Logo no início da prorrogação, no primeiro minuto do jogo, Pita colocou o Tricolor em vantagem. Mas logo em seguida, aos 7 minutos, o ponta João Paulo empatou e assim terminou o primeiro tempo da prorrogação em 2 a 2.

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As equipes entraram para esse último tempo da final indo para cima, querendo vencer com a bola rolando e nem pensavam nos pênaltis. E foram para esses 15 minutos finais de peito aberto. Tanto que logo aos 7 minutos do segundo tempo da prorrogação, Boiadeiro fez provavelmente o gol do título.

A torcida do Guarani foi à loucura, fazendo o Brinco de Ouro tremer e os gritos de "É Campeão" ecoavam com toda força.

Só que no último minuto do jogo, a bola caiu dentro da área nos pés do artilheiro, do craque e do gênio Careca, que já havia sido campeão brasileiro com o Guarani em 78. Ele empatou definitivamente essa final. A decisão foi para os pênaltis.

E da marca do pênalti, o São Paulo venceu o seu segundo título do Brasileirão.

Guarani
Sérgio Neri
Marco Antonio
Ricardo Rocha
Valdir Carioca
Zé Mário
Tozin
Tite (Vagner)
Marco Antônio Boiadeiro
Catatau (Chiquinho carioca)
Evair
João Paulo
Técnico Carlos Gainete

São Paulo
Gilmar
Fonseca
Wagner Basílio
Dário Pereira
Nelsinho
Bernardo
Silas (Manu)
Pita
Müller
Careca
Sidney (Rômulo)
Técnico Pepe

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O Tricolor já havia vencido o campeonato em 1977, também nos pênaltis, diante do Atlético-MG, em pleno Mineirão.

O São Paulo tinha uma equipe maravilhosa com Darío Pereira, Pita, Müller, Careca, Sidney entre outros. Dario havia levantado a taça também em 77.

Mas o Guarani também tinha jogadores espetaculares como Ricardo Rocha, Evair, João Paulo e um forte coletivo bem treinado por Carlos Gainete.

Esta tarde, no Brinco de Ouro, os times não chegaram nem perto em relação ao talento que tinham naquela final do Brasileiro de 1986.

Detalhes desse jogo são uma reclamação justa de um pênalti não marcado para o Guarani, no ponta João Paulo, no final da prorrogação, o que poderia ter mudado o resultado.

Outro detalhe curioso era a presença do Tite, ex-treinador da seleção brasileira e hoje no Flamengo, como meio-campo do time de Campinas.

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A história deste jogo, pela coincidência da data, merecia ser contada de alguma forma.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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