Casagrande

Casagrande

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Com drama e desfecho épico, Copa Africana prova que o futebol é maravilhoso

Neste sábado (3), com vários blocos nas ruas em pleno divertimento aqui na Vila Madalena, em São Paulo, assisti a um grande jogo entre Costa do Marfim e Mali, pelas quartas de final da Copa das Nações Africanas, disputando uma vaga para a semifinal.

A competição está sendo realizada no país do grande ex-jogador Drogba (Costa do Marfim). As seleções africanas estão jogando um futebol agressivo, técnico e com alta intensidade, e não é à toa que nas últimas quatro partidas que a seleção brasileira fez contra eles, perdeu três vezes.

O jogo foi incrível do começo até o último minuto do segundo tempo da prorrogação. Um estádio lotado e será inesquecível para todos os africanos, pois parecia um filme com roteiro de Quentin Tarantino, com cenas que iam e vinham. Quando tudo parecia favorável para Mali, que estava com um jogador a mais desde o final do primeiro tempo, a Costa do Marfim perdeu um pênalti no segundo tempo. Mali, com Nenê Dorgeles, aos 71 minutos, fez um golaço colocando sua seleção em vantagem por 1 x 0.

Mali jogava melhor, com a Costa do Marfim toda atrás, e depois que sofreu o gol, teria que sair para o jogo e provavelmente deixaria muitos espaços por estar com um homem a menos. A partir daí, entra cena o drama, o suspense, a agressividade, o improvável de um filme que te prende até o final, porque você acha que o final é óbvio, mas tudo pode acontecer.

Mesmo com 10 jogadores, aos 90 minutos, numa jogada individual, Adingra, que tinha entrado havia pouco tempo, rolou para um companheiro bater da entrada da área e num bate e rebate a bola sutilmente sobrou para o próprio Adingra na cara do gol. Ele esticou o pé esquerdo e empatou a partida, levando a decisão para a prorrogação.

Dois tempos de 15 minutos cada e a Costa do Marfim teria de suportar a pressão de um time com um a mais e jogando melhor para tentar levar a decisão para os pênaltis. Mali se deu mal nas alterações que seu treinador fez no final da partida. Ele tirou os atacantes e colocou defensores nos últimos minutos para segurar a vantagem, sem imaginar o que estaria por vir.

Na prorrogação, ele estava sem atacantes, mesmo assim acabou sendo ofensivo pelo desgaste de todos e pela vantagem numérica. O jogo rolou tranquilo até 120+2 quando surgiu praticamente o último ataque da prorrogação com todos já tensos para a possível disputa de pênaltis, quando o improvável aconteceu.

Uma pressão final, a bola sobrou para Seko Fofana que bateu no gol, mas com o goleiro inteiro na bola. O atacante Oumar Diakité estava à frente dele, em posição legal, e com muita frieza e classe deu um toque de letra e tirou completamente o goleiro da jogada, fazendo o gol da classificação no último ataque do jogo.

Foi uma partida de futebol fantástica, surpreendente, emocionante até o último minuto de bola rolando. No final, houve uma confusão, mas era inevitável pelo tamanho da frustração, da dor e do desespero dos jogadores de Mali. Foi um contraste incrível de sensações e sentimentos que dividiu os dois times. Sentimentos de felicidade intensos do lado da Costa do Marfim e de uma dor sufocante do lado de Mali. O velho futebol pregando mais uma das suas peças.

Continua após a publicidade

Agora uma semifinal será jogada na quarta-feira (7) entre Costa do Marfim x República Democrática do Congo. A outra será na quinta-feira (8) entre Nigéria x quem ganhar de África do Sul e Cabo Verde que estão jogando nesse momento. A Copa das Nações Africanas é maravilhosa.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes