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Fluminense pode fazer história, mas não tem nenhuma margem para erro

Chegou o dia que todos os torcedores do Fluminense sempre sonharam, mas não só eles. Fernando Diniz e a maioria dos jogadores do elenco tricolor também, inclusive Marcelo, que apesar de já estar cansado de ser campeão mundial de clubes, disse que essa decisão é a mais especial para ele.

Não vi oportunismo, falsa modéstia e muito menos uma declaração para fazer média, porque Marcelo não precisa disso. Vi que para ele, além de ganhar a Libertadores, disputar uma final de Mundial com a camisa do clube que o lançou no futebol é especial. Marcelo é garoto de Xerém, cresceu no Tricolor e foi lá que chamou a atenção do maior clube de futebol da história, o Real Madrid. Por isso, entendo toda a importância do jogo de hoje para todos os que estão lá na Arábia Saudita para enfrentar o Manchester City.

Falando no City, quero deixar claro que para mim é o grande time da atualidade, e como sou muito fã do De Bruyne, Haaland, Phil Foden e Rodri, é um espetáculo vê-los em campo quando estão bem. Mas não curto o clube porque desde sempre gosto do Manchester United, que está numa draga danada. Tanto o City como o Fluminense estão lá pela primeira vez, pois também ganharam pela primeira vez o título continental, portanto haverá um certo nervosismo dos dois lados.

Para o time de Pep Guardiola, o peso e a pressão são muito maiores, porque 99,9% dos apaixonados por futebol espalhados pelo mundo acham o seu time o grande favorito. Afinal de contas, na Inglaterra jogam os melhores jogadores do futebol atual, e a maioria está exatamente no City. Ser derrotado por um time da América do Sul, seja ele qual for, será um vexame, enquanto para o Fluminense uma vitória será considerada um feito histórico. O peso desse título tem uma grande diferença para um e para outro.

No elenco do Fluminense tem três jogadores que são convocados para suas seleções: Nino e André para a seleção brasileira e John Árias para a Colômbia, além de Fernando Diniz ser o treinador do Brasil. Já no City, praticamente todo mundo faz parte de alguma seleção. Tem jogador de Bélgica, Croácia, Espanha, Portugal, Brasil e obviamente vários do English Team.

Minha opinião é que terá um certo equilíbrio na primeira parte do jogo, mas depois a tendência é o Manchester City tomar o controle, pois faz isso tanto na Premier League como na Champions League. O Fluminense tem uma mínima chance de surpreender caso Fernando Diniz entenda que contra o Al Ahly deixou espaços demais e que com isso cedeu diversos contra-ataques. Se isso acontecer, daqui a pouco o risco de ser goleado é enorme.

O meio-campo precisa ser congestionado porque o time de Pep Guardiola começa a ditar a dinâmica do seu time e consequentemente da partida naquele setor do campo. A proteção e a cobertura do lado esquerdo, por onde joga Marcelo, precisam beirar a perfeição, pois por ali poderá se tornar o calcanhar de Aquiles do Fluminense. A defesa precisa marcar de perto sem deixar que os jogadores do City tenham o mínimo de tempo para pensar a jogada.

Enfim, todo cuidado será pouco nessa partida e para ter chance de fazer algo histórico, a mínima chance de gol precisa ser aproveitada. É uma partida em que os atacantes do Fluminense não poderão perder gols; a precisão e o aproveitamento serão fundamentais para fazer história.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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