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Brasil x Argentina no Maracanã terá maior diferença técnica entre os rivais

Amanhã, às 21h30, no Maracanã, enfrentaremos a seleção argentina na última rodada do ano das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.

Eu comecei a acompanhar e me interessar pelos jogos da seleção quando acompanhei a maravilhosa Copa de 1970 do México.

De lá para cá, esse jogo é, para mim, aquele que apresenta maior diferença técnica entre os maiores rivais do continente.

A Argentina chega para esse confronto como líder das eliminatórias, atual campeã da Copa América, vencendo por 1 a 0 o Brasil no mesmo Maracanã, também atual tricampeã mundial e com o maior jogador da sua geração, que acabou de ganhar a sua sétima Bola de Ouro.

Claro que falo de Lionel Messi, que, junto com o português Cristiano Ronaldo, dominou o futebol mundial desde 2006.

Enquanto nós não temos ainda um treinador efetivo, uma equipe modesta, mas com uma garotada boa que pode sim dar belos frutos no futuro.

Fernando Diniz, que é o treinador interino, me parece completamente perdido, fazendo coisas que num clube podem funcionar, mas que na Seleção, treinando pouco tempo, não consegue realizar na prática.

A seleção brasileira não ganha uma Copa do Mundo desde 2002, e a conversa é sempre a mesma: "Fomos eliminados por um detalhe", "Jogamos melhor que a Bélgica, que a Croácia e não merecíamos a eliminação".

Eu gosto muito de um futebol arte, mas competitivo, e essa conversa de que o resultado é o de menos serve só para quem não tem no sangue a competição.

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Dito isso, Brasil x Argentina é um dos grandes clássicos do futebol mundial, e temos totais condições de vencer essa partida, mas não somos favoritos.

A seleção de Lionel Scaloni está pronta, e mesmo com a derrota para o Uruguai, chega aqui cheia de moral.

Enquanto a seleção brasileira, acuada, está batendo recordes negativos um atrás do outro, e precisa encarar esse jogo como uma final de Copa do Mundo. Se perdermos, poderemos terminar essa Data FIFA na sétima colocação e com mais derrotas do que vitórias em um ano, depois de 60 anos.

Parece que Gabriel Jesus será a arma secreta de Fernando Diniz para esse jogo. Secreta no quê? Ele pode jogar bem, fazer gols, sair dizendo que calou os críticos, mas, na realidade, está na hora de alguém quebrar essa panela.

Eu escalaria a seleção assim: Alisson; Marquinhos, Nino, Gabriel Magalhães, Carlos Augusto; André, Joelinton, Rodrygo, Martinelli, Endrick e Paulinho.

Queria ver algo diferente. Não dá mais para aguentar sempre a mesma coisa, os mesmos jogadores.

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Se não criarmos algum fato novo, não sairemos do lugar.

Quando digo fato novo, não é só mudar (já está na hora) os jogadores, mas também a mentalidade dessa nova geração.

O Brasil não pode mais ficar sendo só figurante em Copas do Mundo, e muito menos nas eliminatórias e nos jogos pelo mundo.

O Brasil jogou 40 vezes contra seleções africanas e só perdeu três, mas foram nas últimas quatro partidas que vieram essas derrotas.

Precisamos voltar a vencer jogando bem, porque a seleção brasileira também precisa recuperar o seu prestígio. Porque, atualmente, todas as seleções encaram o Brasil sem medo.

Outra coisa importante é que precisamos recuperar a nossa identidade futebolística. E também é necessário criarmos uma nova identificação com os torcedores mais novos.

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Os jovens com 21 anos hoje em dia não sabem o que é ser campeão do mundo.

E para começar esse processo de recuperação, precisamos vencer a Argentina no Maracanã, provavelmente lotado, para, quem sabe, surgir torcedores apaixonados pela seleção brasileira, e não aqueles torcedores que encontro em Copas, todos ensaiadinhos, musiquinhas sem sentido, ou seja, torcedores modinhas.

Queremos jogadores raiz para formarmos torcedores raiz.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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