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Sem Messi e Cristiano Ronaldo, Champions League não é mais a mesma

A temporada europeia 2023/2024 começou de um modo diferente e estranho para quem ama o futebol.

Durante duas décadas, tínhamos o gostinho de ligar a TV para ver em ação Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo atuando e performando por seus clubes na disputa pelo título da Liga dos Campeões da Europa. Os craques argentino e português se alternaram ao longo destes anos no topo da competição. Mas isso ficou no passado nesta temporada.

Messi decidiu ir jogar no Inter Miami, dos Estados Unidos, enquanto CR7 defende atualmente o Al-Nassr, da Arábia Saudita.

A Champions agora está carente destes astros e a Liga busca novos astros para suprir este imenso buraco.

Não teremos mais aquela competição pessoal entre Messi e Cristiano, talvez isso volte a se repetir apenas na Copa do Mundo de 2026, caso eles ainda quiserem disputar. O luso será quarentão e o sul-americano estará perto da casa dos 40 anos.

Era uma delícia esperar o meio de semana para assistirmos os dois em campo e as perguntas eram: qual dos dois será o artilheiro da Champions?

O campeão será o Real Madrid, que contava com Cristiano, ou a taça ficará com o Barcelona, com Messi ainda brilhando pelo time catação?

Era fantástica essa competição que a gente se deliciava ao assistir durante os jogos.

Cristiano Ronaldo continua sendo uma máquina de balançar as redes, tanto que em 2023 já tem 43 gols e lidera a lista de artilheiros do mundo. Aos 38 anos, ele soma 43 gols marcados em 45 jogos disputados no ano — contando ainda as atuações pela seleção portuguesa.

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Apesar de já ter fechado a sua participação pelo Inter Miami nesta temporada, Lionel Messi, que tem 36 anos, ainda é a magia cristalina da pura arte de se jogar futebol. Em 42 partidas em que esteve em campo neste ano (incluindo PSG e seleção argentina), o camisa 10 anotou 28 gols e deu 12 assistências.

Pelo time norte-americano, disputou 14 jogos, marcou 11 gols e deu cinco assistências. O ápice pelo novo clube foi a conquista inédita da Copa das Ligas, que reúne times da Major League Soccer e da Liga Mexicana. E não satisfeito pelo título Mundial em 2022, ele segue comandando a Argentina na liderança das Eliminatórias Sul-Americanas à Copa 2026 — a Celeste está com 100% de aproveitamento.

CR7 e Messi brilham em qualquer campeonato, em qualquer time e nas suas seleções. São de fato os grandes líderes técnicos por onde passam.

Acompanho a Champions League desde 1987, quando fui para o Porto e vencemos o Bayern de Munique por 2 a 1 na decisão, em Viena (AUT), e fomos campeões.

Mas aqui do Brasil sempre me interessei muito pela competição destes dois gênios da bola.

Cristiano Ronaldo e Lionel Messi são os grandes jogadores de uma geração, tanto que a competição entre eles era também na Bola de Ouro. Ficaram cerca de 15 anos alternando quem levava o título de melhor do mundo. Para se ter uma ideia, desde 2008, o português foi eleito cinco vezes, enquanto o argentino ganhou o prêmio em sete ocasiões — Lucas Modric foi o único intruso, em 2018.

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Confesso que ainda não me adaptei em assistir às partidas da Champions sem eles, que são disparados os dois maiores artilheiros da competição. Cristiano é o maior da história da Liga, com 140 gols, e Messi vem logo em seguida, com 129. Para se ter uma noção, Robert Lewandowski é o terceiro, com 92.

Quando eu ainda trabalhava no Grupo Globo, comentei vários jogos da Champions, inclusive, presente no estádio. Estava participando da transmissão quando Cristiano Ronaldo fez aquele golaço de bicicleta pelo Real na vitória por 3 a 0 sobre a Juventus. Aliás, naquele jogo de abril de 2018 ele fez dois gols.

Pois é, temos que nos habituar a assistir a grandes jogos da Liga dos Campeões agora com outros ótimos jogadores, porque a genialidade de Messi e a máquina Cristiano não teremos mais.

Mas não vejo ninguém que possa chegar perto destes caras, e não aponto isso apenas pegando este momento como recorte. Em todos estes anos de domínio total do português e do argentino, não teve ninguém à altura para competir com eles.

Neymar poderia ter sido esse cara para entrar no meio deles, mas não quis.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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