Foi lindo, cara. Já não é mais.
Dá uma aflição danada ver o semblante do Abel. Faz tempo que não vemos um sorriso sincero, que não seja aquele amarelo, de constrangimento pela situação do time.
Faz tempo que não vemos um time do Abel jogar bola e ganhar um título importante também. E o dia a dia em um clube grande cobra um preço altíssimo. Talvez caro demais pelo bem que ainda possa fazer nesse momento, para um lado e para o outro.
O currículo é respeitável. Títulos, os mais importantes. Brasileiro, Libertadores e Mundial. As glórias deram lugar a pressão, piadas e ofensas. Merecido ou não, é muito pra saúde e pra paciência de um macaco velho e cascudo que garante ver problema zero nas vaias.
2019 foi um ano inteiro de castigos. Mesmo com o título estadual, o trabalho no Flamengo teve gosto amargo, o time não andou, as decisões foram erradas e o treinador acabou escorraçado. Para piorar, o sucesso do português só aumentou as críticas, mais pesadas do que nunca. Aí aceitou entrar na barca furada do Cruzeiro, acreditando na reviravolta pela amizade e pela incidência sobre os líderes do elenco. Erro. Mais revés, mais malogro, mais desgaste.
Com a imagem arranhada, topou emendar o começo de ano à frente do Vasco, que por sua vez também resolveu contrariar a maré e apostar na experiência. Mal chegou e já não se vê muito aonde pode chegar. Parece que foi de meio corpo e meia alma, escalando reservas no clássico para perder do sub-20 do rival.
Na rodada seguinte, questionado, vaiado e xingado de burro, mesmo com a vitória nos acréscimos. Por quê? Pra quê? Vale a pena?
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