O dia que o São Paulo bicampeão mundial levou um baile no interior
Bicampeão do mundo e da Libertadores, o São Paulo de Telê Santana foi até Novo Horizonte enfrentar o Novorizontino, há 22 anos. E o time do interior, adversário da noite desta quarta-feira, às 19h30, no Pacaembu, fez a histórica equipe tricolor sair envergonhada e não ter saudades do confronto. Foi um baile.
Um baile do adversário, que, naquele 9/3/94 venceu por 3 a 0. O vexame só não foi maior porque o jogo terminou com Zetti defendendo um pênalti.
“O São Paulo perdeu?....epa, espere aí”, diz José Teixeira, então técnico do time interiorano. “O Novorizontinho ganhou, não foi o São Paulo que perdeu. Era difícil nos derrotar em casa. Em três anos , foram seis campeonatos e apenas três derrotas”, lembra.
A superioridade foi enorme. Uma blitz no final do primeiro tempo determinou os três gols, um deles de cabeça e outro em escanteio. Olímpico.
Nada surpreendente, lembra José Teixeira. “Bola parada sempre foi muito importante e a gente treinava muito. Em todo lance, havia três opções de cobrança”.
A ideia era ter a posse de bola e dar ritmo forte ao jogo. “Qual a única maneira de impedir que o Messi faça uma grande jogada? É estar com a bola. Se você tiver a bola, nem Messi e nem ninguém pode ameaçar”, diz o treinador.
Para ter a bola, é preciso lutar por ela. E era o que o Novorizontino fazia, com jogadores como Alessandro Cambalhota, Luiz Carlos Goiano e Genílson. Os dois últimos são, respectivamente, gerente de futebol e presidente do clube,
Quem estava naquele jogo era o atacante Guilherme, que havia estreado em junho de 93 e que teve carreira de 46 gols e 21 jogos pelo São Paulo.
Hoje, ele dirige o Novorizontino. E tem lembranças nítidas da derrota. “Eles dominaram do inicio ao fim. A gente não se encontrou e sentiu dificuldades com o calor no segundo tempo. Além disso, a grama era fofa e alta e eles estavam acostumados. Mas não tem desculpa, não. Foi mérito. O que eu mais me lembro foi como o Telê estava furioso no final do jogo. Levamos uma bronca enorme”.
Ao final daquele jogo, Telê que era amigo de José Teixeira, deu-lhe um abraço e disse: “Zé, você é um fdp. Vamos ver no segundo turno, no Morumbi”.
E a revanche chegou em 12 de maio. “No início do segundo tempo, estava 3 a o para eles. O Junior Baiano estava amarelado e o Telê continuou com ele. Mandei o Alessandro jogar de centroavante e tentar o drible sempre. O Junior foi expulso e o jogo terminou 4 a 4. O Telê veio para cima de mim e disse assim: ‘como eu já havia dito, você é um fdp mesmo’.
Os dois clubes voltaram a se enfrentar em julho e agosto, pela Copa Bandeirantes. O São Paulo usou o Expressinho, de Muricy, e perdeu fora de casa por 1 a 0, sendo eliminado e casa com um 0 a 0.
FICHA TÉCNICA
Local: Pacaembu, São Paulo (SP)
Data-Hora: 24/2/2016 - 19h30
Árbitro: Adriano de Assis Miranda
Auxiliares: Vicente Romano Neto e Vitor Carmona Metestaine
SÃO PAULO: Denis; Caramelo, Maicon, Rodrigo Caio e Carlinhos; Thiago Mendes, João Schmidt, Rogério, Wesley e Michel Bastos; Kardec (Calleri). Técnico: Edgardo Bauza.
NOVORIZONTINO: Anderson; Éder Sciola, Domingues, Jéci e Paulinho; Deda (Fagner), Adriano e Pereira; Rayllan, Wesley e Roberto. Técnico: Guilherme Alves.
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