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Palmeiras valoriza catimba e classificação: "Soubemos jogar o jogo"

Ale Cabral/AGIF
Imagem: Ale Cabral/AGIF

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

31/08/2018 00h08

Foi apertado, mas o Palmeiras segurou o Cerro Porteño (PAR) na noite desta quinta-feira (30) e se classificou para as quartas de final da Copa Libertadores mesmo derrotado no Allianz Parque por 1 a 0. Na saída, os jogadores valorizaram a entrega da equipe e a catimba para segurar a vaga mesmo atuando desde o terceiro minuto com um atleta a menos.

Assista aos melhores momentos de Palmeiras 0 x 1 Cerro Porteño

O atacante Willian, por exemplo, exaltou a determinação e a fidelidade ao jogo defensivo imposto pelas circunstâncias. "Valeu a superação. Claro que veio sufoco, veio a pressão, mas estamos de parabéns pela inteligência. Temos que ter um pouco dessa catimba, dessa maturidade, porque sabemos como é difícil jogar contra eles em mata-mata, paraguaios, uruguaios, enfim. Temos que ter isso aí, faz parte do futebol", valorizou o camisa 29 ao canal SporTV.

Tal entrega e superação só foi necessária porque Felipe Melo foi expulso no terceiro minuto de jogo, após entrada dura no campo de ataque. Em desvantagem numérica desde o início, o Palmeiras então recuou e deu a bola para o Cerro Porteño. Ainda assim, não foi massacrado: sofreu pressão, mas compensou segurando a bola e gastando o tempo.

"A expulsão mudou totalmente o cenário do jogo, mas a equipe foi guerreira, lutou até o final. Temos uma qualidade muito boa, mas hoje o que teve que colocar para fora foi essa superação, e estamos de parabéns", disse Willian.

O capitão Bruno Henrique seguiu a mesma linha. "Em um jogo como este, temos que ter maturidade, saber jogar o jogo. Com um a menos desde o começo, o time soube jogar bem o jogo", explicou, aproveitando para dedicar a vitória a Felipe Melo. "Ele com certeza não queria ter sido expulso. É um cara sensacional, trabalhador, amigo de todo o mundo", falou o meio-campista.

Já na zona mista, Moisés foi mais um a reconhecer a necessidade do antijogo. Falando especificamente de uma situação nos acréscimos do segundo tempo, o camisa 10 não viu com maus olhos a confusão que se armou pouco antes do apito final. "Não ficamos caindo com qualquer coisinha, mas ali houve uma falta. Eles vieram para cima, e nós estávamos com o resultado na mão e querendo esfriar o jogo. Fazia parte naquele momento", admitiu o meia, argumentando que o Palmeiras "soube jogar o que o jogo pediu".

Cerro lamenta catimba, mas não condena Palmeiras

Do lado paraguaio, o treinador Fernando Jubero e o volante Marcelo Palau lamentaram a estratégia do Palmeiras de parar o jogo nos minutos finais, mas sem condenar o time brasileiro. Segundo eles, a catimba fez parte do jogo.

"Foi uma pena, porque ficamos bem perto. Mas não se pôde jogar nos últimos 25 ou 30 minutos da partida. Não gosto muito de falar da arbitragem, mas não houve continuidade no jogo, e isso obviamente beneficiou o time que estava se defendendo. Mas temos que trabalhar, seguir adiante e descontar essa sensação de tristeza no campeonato local", disse Jubero.

"Foi um jogo um pouco atípico por causa da expulsão precoce que eles sofreram", avaliou Palau. "Pensar em classificação antes do jogo era quase uma utopia, mas estivemos muito perto. Mas estamos jogando a Libertadores, não podemos nos surpreender, porque qualquer time faria isso. O Palmeiras estava sofrendo futebolisticamente, e nesse tipo de competição, nessa altura, aparentemente vale tudo. Eles fizeram muito bem e nós perdemos a classificação".

"É difícil para o árbitro. Sabemos que que expulsar um jogador com a trajetória e o peso de Felipe Melo com 5 minutos não é fácil. Ele tomou a decisão e a partir daí foi ladeira acima. Ele foi bem até os últimos minutos, quando foi impossível jogar de maneira limpa. O Palmeiras fez tudo o que podia. Quando não conseguia futebolisticamente, tentou picotar o jogo. Foi difícil o ambiente no campo, três jogadores expulsos. Ele poderia ter apitado um pênalti para nós, mas jogando com visitante, sabemos que isso não acontece. É uma sensação feia de ganhar no Brasil e ser eliminado", completou o jogador do Cerro.