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Santos fala em "nojo" de bastidores e promete recorrer até na Fifa

Juan Mabromata/AFP
Imagem: Juan Mabromata/AFP

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

28/08/2018 12h04

A diretoria do Santos contestou a decisão da Conmebol, que puniu o clube nesta terça-feira por escalar o volante Carlos Sánchez de forma irregular no empate sem gols contra o Independiente, da Argentina, na semana passada, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores da América, em Avellaneda.

Em nota oficial, o alvinegro praiano citou até que o veredicto causa estranheza pela demora, já que o julgamento começou na tarde de segunda-feira e a decisão só saiu na manhã desta terça.

"Não bastasse o estranhar da lenta decisão, a punição publicada não tem o menor embasamento legal ou jurídico. Além do que, pune duplamente o Santos FC, com a perda do jogo e a manutenção da suspensão do jogador Carlos Sánchez", trouxe o comunicado.

Já em sua conta no Twitter, o clube falou em "nojo com bastidores, tribunais e manobras jurídicas", mas pediu que os torcedores que comparecerem ao Pacaembu não tenham atitudes violentas contra os argentinos. 

"Entendemos e compartilhamos o nojo com bastidores, tribunais e manobras jurídicas. Mas, mais do que tudo, pedimos aos santistas que lotarão hoje o Pacaembu paz e respeito aos torcedores e jogadores adversários. Eles são parte da festa e do esporte, não são eles os responsáveis por esta vergonha, virão jogar e torcer como nós. Façamos nossa parte que é a festa do futebol e não guerra. #AgoraÉNoPaca #ReageSantos", postou o clube.

O clube paulista promete recorrer em todas as instâncias cabíveis. O UOL Esporte apurou que o departamento jurídico do Santos recorrerá a Conmebol inicialmente e, caso não haja mudança na decisão, eles vão levar o “caso Sánchez” para a Fifa.

Em entrevista ao programa Globo Esporte, da Rede Globo, o executivo de futebol o clube paulista, Ricardo Gomes, disse que a sensação no clube não é de revolta, “mas é quase isso”. O dirigente ainda aguarda por recursos do clube, mas torce para que o placar no campo possa definir a situação.

“Tem o plano esportivo e o plano jurídico. No plano jurídico, não deu certo, tem um recurso. Agora, no plano esportivo, vamos ver. Estou muito confiante pela reviravolta”, disse Gomes. “Na parte esportiva, de repente, nem precisa da parte jurídica. Não vai ser fácil, porque o Cuca não preparou o time para este caso. Mal teve tempo para treinar. Temos um apoio muito importante, que é a nossa torcida. Estou muito confiante na reviravolta”, completou o dirigente, esperando apoio até de torcedores rivais do Santos.

Com a decisão, o placar de 0 a 0 na partida de ida foi alterado para 3 a 0 para o Independiente e Carlos Sánchez permanecerá suspenso por mais um jogo. As duas equipes voltam a se enfrentar nesta terça-feira, no Pacaembu, e o Santos precisará de uma vitória por quatro gols de diferença para avançar na competição. Caso vença por 3 a 0, o jogo irá para os pênaltis.

A polêmica que levou o jogo para o tribunal aconteceu por causa de uma expulsão de Sánchez em 26 de novembro de 2015, na Copa Sul-Americana, quando ele atuava pelo River Plate. O jogador deixou o clube argentino e foi para o futebol mexicano, não cumprindo a suspensão automática em competições da Conmebol.

Confira a nota oficial do Santos:

O Santos FC vem público manifestar o descontentamento e a resignação com a punição imposta ao Clube pelo Tribunal Disciplinar da Conmebol na manhã desta terça-feira.

Não bastasse o estranhar da lenta decisão, a punição publicada não tem o menor embasamento legal ou jurídico. Além do que, pune duplamente o Santos FC, com a perda do jogo e a manutenção da suspensão do jogador Carlos Sánchez.

Por fim, em busca do direito do torcedor santista, o Clube declara publicamente que irá à todas instâncias cabíveis, afim de que a Justiça sobre o caso seja feita.