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Advogado santista vê demora em decisão do caso Sánchez como bom sinal

Julgado na sede da Conmebol, no Paraguai, caso Sánchez deve ter desfecho na terça - Xinhua/Luciana Granovsky/TELAM
Julgado na sede da Conmebol, no Paraguai, caso Sánchez deve ter desfecho na terça Imagem: Xinhua/Luciana Granovsky/TELAM

Do UOL, em São Paulo

27/08/2018 23h56

O julgamento do ‘caso Sánchez’ teve início nesta segunda-feira (27), mas acabou adiado para terça (28) no Tribunal de Disciplina da Conmebol. Enquanto no âmbito esportivo se vê tal demora com preocupação, o atraso é visto com bons olhos pelo advogado contratado pelo Santos, Mário Bittencourt.

“Nós acreditamos que uma não divulgação de uma decisão hoje [segunda-feira] ainda possa ter sido justamente pela quantidade de documentos que apresentamos, novidades que trouxemos”, declarou o advogado ao canal SporTV, admitindo que tal demora, “do ponto de vista desportivo, é extremamente complicado”.

“Tivemos uma audiência longa, com uma defesa de 15, 16 páginas e trinta documentos; e conseguimos colher o depoimento do diretor de competições da Conmebol”, lista Bittencourt. “Não é um procedimento que estamos acostumados a ver, mas acreditamos que a demora na decisão se dá justamente pela defesa ter sido robusta, bem instruída. Isso faz com que eles estejam avaliando o caso com mais detalhes do que geralmente.”

O advogado explica que casos deste tipo geralmente são decididos de forma sumária, sem a presença física da defesa, que expõe seus pontos por escrito. Desta vez, no entanto, pela complexidade do ocorrido e pela possibilidade de falha do sistema Comet, da Conmebol, o Tribunal de Disciplina estaria analisando cada ângulo com maior atenção.

“O que notamos é que eles [juízes] perceberam que, sem dúvida alguma, houve uma falha no sistema que vem sendo implementado na Conmebol. Isto os faz estudar o caso mais amplamente", afirma Mário Bittencourt.

O julgamento acontece em Luque (PAR), na sede da Conmebol. Começou às 15h30 (de Brasília) de segunda e seguiu até o final da noite antes de ser interrompido para que os juízes descansem. A discussão será retomada na terça, mesmo dia em que Santos e Independiente se reencontram no jogo de volta das oitavas de final da Copa Libertadores, às 19h30.

O ‘caso Sánchez’ nasceu de uma expulsão do meio-campista em 26 de novembro de 2015, em partida da Copa Sul-Americana, quando ele ainda atuava pelo River Plate. Desde então o atleta trocou o time argentino pelo Monterrey (MEX) e daí foi a o Santos, não cumprindo a suspensão automática em competições da Conmebol.

Sánchez foi escalado contra o Independiente na última terça-feira (21), e o time argentino fez a denúncia junto à Conmebol. A presença do jogador, no entanto, foi liberada pelo delegado da partida, que não havia encontrado qualquer irregularidade por meio do sistema Comet.

O Santos argumenta com a Conmebol para receber o mesmo tratamento dado pela entidade a uma situação semelhante, envolvendo Bruno Zuculini e o River Plate. Neste caso a Conmebol alegou falta de denúncia de adversários e por isso nem julgou o clube argentino pela escalação de um atleta suspenso.

Batalha nos tribunais pode se estender

Seja qual for a decisão do Tribunal, a disputa judicial pode se estender ao longo das próximas semanas. O Santos promete entrar com recurso caso não tenha decisão favorável, e mesmo o Independiente poderia fazer o mesmo caso fosse aceito como terceira parte interessada no processo. 

"O presidente [do Santos, José Carlos Peres] está na minha frente, garantindo: se houver um resultado negativo, vamos recorrer em todas as instâncias da justiça desportiva até a Corte Arbitral do Esporte. Entendemos que é uma situação absurda", disse Bittencourt nesta segunda.