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Conmebol embarca em nova polêmica e ameaça tradição argentina de 50 anos

Do UOL, em São Paulo

25/02/2018 15h42

O rol de polêmicas envolvendo a Conmebol só aumenta: após o anúncio de jogo-único na final da Copa Libertadores, a entidade embarca em nova controvérsia, agora com o maior campeão do torneio continental. Ao disputar a Recopa contra o Grêmio, o Independiente desacatou um pedido expresso e repetiu uma tradição que já dura mais de 50 anos. E pode ser punido por isso.

Segundo Ricardo Pavoni, ídolo do Independiente que acompanhava a delegação em Porto Alegre, representantes da Conmebol avisaram o clube de que não queriam o protocolo de entrada em campo rompido. A entidade queria repetir o ritual europeu, com as duas equipes entrando juntas, perfiladas, para ouvir o hino. O Independiente manteve seu “saludo” à torcida, e teria irritado os cartolas (confira no vídeo acima).

“A Conmebol não queria que fizéssemos o ‘saludo’ histórico, porque queria fazer como no Mundial [de Clubes]. A solução dos dirigentes foi pagar a multa”, explicou Pavoni ao jornal argentino Olé. A diretoria do Independiente não confirma se recebeu uma multa, mas o problema pode ser frequente em 2018, visto que o clube disputará a Copa Libertadores.

Na ocasião da Recopa, os titulares do Independiente entraram em campo ao lado dos gremistas e se dirigiram ao centro do campo para saudar os quatro cantos da Arena. É uma tradição que se mantém desde a década de 60, quando Ricardo Pavoni ainda era jogador da equipe -- o ex-lateral foi “convocado” no ano passado pelo técnico Ariel Holan justamente para ensinar a saudação ao elenco atual.

O “saludo” consiste em saudar as arquibancadas com as mãos espalmadas (que representaria “jogar de mãos limpas”), alinhar-se (para mostrar grandeza) e levantar os braços (para “jurar que sairiam campeões”). O gesto é liderado pelo capitão do time.

A entrada dos dois times juntos em campo é apenas uma das medidas que a Conmebol visa a implementar nas competições que organiza. O intuito é aproximar os rituais da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana àqueles praticados na Liga dos Campeões da Europa.