Discreto e 'mito'. Geromel mantém tradição gremista de xerife campeão
Hugo De León, Adilson Batista e Pedro Geromel. O Grêmio campeão da Libertadores sempre comemora com a cena da taça no alto pelas mãos de um zagueiro. O atual capitão do Tricolor mantém a tradição, mas com um jeito todo seu. Dono da camisa 3 e ídolo dos gremistas, Geromel não é raçudo. Não é polêmico. Sequer gosta de conforto. O status de 'mito' advém de técnica e atuações seguras. Com desarmes precisos e bloqueios mais que necessários. A faixa no braço foi um acaso, aliás.
Geromel é um dos líderes do elenco, dono do maior salário. Mas o capitão é Maicon. Com o volante lesionado, a braçadeira de capitão andou pelos braços de Marcelo Oliveira, Lucas Barrios e até Ramiro. Na reta final da Libertadores se acomodou de vez com Geromel. E caiu bem a ele a missão de liderar o time.
Contratado em 2014, Geromel passou por um início difícil. Sofreu preconceito pelo nome diferente e pelo histórico sem nenhum destaque no Brasil. Aos poucos, ganhou a torcida. E no final daquele mesmo ano já era titular. Na temporada seguinte se afirmou e em 2016 passou de qualquer projeção que pudesse ser feita quando chegou.
O título da Copa do Brasil, com atuações maduras diante de Palmeiras, Cruzeiro e Atlético-MG coroou o defensor. A caminhada na Libertadores também. Geromel e Kannemann seguraram Godoy Cruz-ARG, Botafogo e Barcelona. Na final contra o Lanús também pegaram firme. O camisa 3 tem a particularidade de ser fisicamente fora do padrão.
Alto, magro e sem imposição física, é resultado de uma vida secreta. Casado e com três filhos, Geromel não ostenta nas redes sociais. Aliás, nelas só tem perfil oficial. Com postagens pontuais. No dia a dia até demonstra uma timidez e dificuldade em lidar com o assédio. As risadas são a reação mais comum quando os elogios da torcida brotam.
Em 1983, De León ergueu e colocou a taça na cabeça. Um parafuso no interior da base rendeu corte e uma foto que rodou o mundo e virou histórica. O zagueiro uruguaio, do time brasileiro menos brasileiro, com sangue na cara. Adilson Batista, em 1995, estufou o peito largo para fazer e levantar o troféu. Virou o ‘capitão América’. Pedro Geromel, agora, faz parte desse grupo e ao seu jeito. Com sorrisos, sem carrinho, mas idolatria garantida.
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