Como golpes do acaso ajudaram o Grêmio a chegar no time atual

A sorte acompanha os bons e o Grêmio, finalista da Libertadores 2017, pode usar essa frase tranquilamente. Até chegar à final, com um time sem dúvidas e repleto de destaques, o Tricolor contou com alguns golpes do acaso. A ideia estava clara desde o início, mas as linhas se mexeram e mudaram personagens que ajudaram o clube a chegar perto do tricampeonato.
O processo de formação do elenco atual tem o viés financeiro, com investimento 30 vezes menor que o do Palmeiras, por exemplo, mas avançou com idas e vindas criadas até por razões mais fortes do que o simples chute e o desarme.
A temporada começou com a saída de Walace para o Hamburgo e desmontagem do meio-campo campeão da Copa do Brasil de 2016. Douglas, com séria lesão no joelho, e Maicon, com problemas musculares crônicos, fizeram Renato recomeçar o setor quase do zero.
As lacunas abertas serviram para Michel e Arthur ganharem espaço. O segundo, aliás, ganhou ainda mais minutos pela negociação frustrada com Damián Musto, volante do Rosario Central-ARG. A transferência só não aconteceu por desajuste no modelo de quitação da dívida, e foi aí que o jovem, hoje na mira de Tite para a seleção, encontrou seu espaço.
Arthur estava no time de transição há dois anos e chegou a ser indicado ao São Paulo. O pai do jovem visitou os dirigentes do Grêmio pedindo por mais oportunidades. Em um jogo da Primeira Liga, com time totalmente reserva, ele ganhou espaço. Agradou e entrou na lista de inscritos para Libertadores. Quando virou titular, não saiu mais.
Michel havia sido trazido por empréstimo depois de boa temporada no Atlético-GO. A força física e o bom desarme fizeram o Grêmio apostar nele como um reserva para Walace. Só que o camisa 12 foi negociado com o futebol alemão e a vaga se abriu. O desempenho do reforço com status de aposta foi tão bom que o Tricolor fez a opção de compra dos direitos quase três meses antes do prazo limite.
Outro setor que também contou com o acaso foi a defesa. O Grêmio iniciou o ano com apenas um lateral esquerdo e Bruno Cortez foi contratado de última hora. O atual dono da posição tinha acerto com o Náutico e foi procurado pouco antes de embarcar para Recife. O estilo ofensivo e a força física casaram perfeitamente com a proposta utilizada em 2017. Ele ainda ganharia espaço no time titular com a lesão de Marcelo Oliveira, que saiu dos 11 preferidos para nunca mais voltar.
No ataque, o acaso apareceu forte. O primeiro nome acertado foi Kayke, mas na hora de assinar contrato houve diferença financeira e o jogador acabou indo para o Santos. Depois, a diretoria acertou com Gabriel Fernández, do Racing-URU. Só que o gringo não passou no exame médico e também teve a contratação cancelada. Menos de uma semana depois, o terceiro nome foi riscado da lista. Angelo Rodriguez acertou salários, mas o Tolima-COL exigiu valores maiores depois de um primeiro acordo e fez a operação ser descartada.
Desesperado atrás de um ‘fazedor de gols’, o Grêmio primeiro encontrou Jael. Livre no mercado, ele foi indicado por Renato Gaúcho. O treinador já havia sugerido o nome de Lucas Viatri, então no Estudiantes-ARG, como grande reforço para o setor. Em fevereiro, chegou um Lucas, mas o Barrios. Oferecido por empresários, o camisa 18 agradou e fechou rápido.
Barrios se adaptou bem ao estilo de jogo do Grêmio, formou boa parceria com Luan e Pedro Rocha e passou a ser o artilheiro do time na temporada. Fez gols importantes e o mais destacado, até aqui, foi diante do Botafogo, nas quartas de final da Libertadores.
Os golpes do acaso não explicam o bom futebol que o Grêmio já apresentou no ano. Também não se sobrepõem à campanha sólida como mandante na Arena e às atuações arrebatadoras como visitante. Mas estão, sim, no meio da fórmula que fez o Tricolor chegar até aqui. Por que, afinal de contas, a sorte acompanha os bons.
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