De rojões a Galvão Bueno, dia de jogos atormenta os pets; saiba como acalmá-los
A cachorrinha Fifi tem 11 anos e meio e passa noites de quarta-feira e tardes de domingo tremendo. Como muitos animais de estimação, ela tem medo de fogos de artifício, tão comuns nos jogos de futebol. E, na noite desta quarta-feira, os céus devem ficar muito mais barulhentos do que o normal.
Com a final da Copa Libertadores entre Corinthians e Boca Juniors marcada para 21h50, no Pacaembu, o número de rojões disparados pela cidade será alto - o setor de fogos de artifício reportou aumento de 200% nas vendas graças ao bom momento corintiano na competição. Pensando nisso, o UOL Esporte procurou especialistas em comportamento animal para dar algumas dicas aos donos de animais de estimação para ajudar os amiguinhos em uma noite que promete ser tensa.
TRAUMA COM GALVÃO - O veterinário Mauro Lantzman tem uma história engraçada envolvendo animais e jogos de futebol envolvendo o narrador Galvão Bueno, da Globo: “Um amigo tem um cachorro que não tinha medo do rojão, mas da narração de gol do Galvão. E ele ficava tão incomodado que os donos tinham de mudar o canal sempre que o jogo era narrado por ele”, conta.
Corajosos x medrosos
Segundo Mauro Lantzman, doutor em psicobiologia da Faculdade de Psicologia da PUC-SP, o medo de fogos de artifício pode ter duas origens. “Primeiro, os animais têm uma sensibilidade auditiva maior e se incomodam com sons altos. Além disso, pode acontecer a associação entre o estímulo sonoro e algum evento muito assustador. É difícil encontrar origem”, diz o veterinário.
E os mais afetados são, realmente, os cachorros. "Gatos também ficam bastante incomodados, mas como o comportamento deles é mais distante, é com os cães que a gente percebe uma alteração de comportamento maior", completa Kátia de Martino, adestradora e veterinária da empresa Cão Cidadão, criada pelo veterinário e apresentador Alexandre Rossi, o Dr. Pet (da Record e do Nat Geo).
Com tudo isso, o nível de incomodo dos animais pode ser bem diferente. Existem os corajosos, que não são afetados pelos fogos. Os medrosos, mas que conseguem lidar com a situação. E os que entram em pânico e causam preocupação aos donos.
“Temos cães, por exemplo, que não dão a mínima para o barulho e ficam tranquilos durante a queima de fogos. A maioria se assusta e procura um esconderijo. Mesmo com medo, se esse animal não causa danos, não é preciso se preocupar muito. Mas também existem aqueles que entram em pânico e chegam a se machucar”, lembra Lantzman. “Na maioria dos casos, é possível tratar esse medo e ajudar o animal. Mas o tratamento é longo e precisa ser feito por profissionais”, completa.
Cão com frisbee: brincadeira na queima de fogos associa a momento prazeroso e não traumático
Tampões de ouvido
Uma alternativa paliativa, que muitos donos de animais usam, é o tampão de ouvido. Além do risco de incomodar o animal, a técnica só funciona para aqueles que ficam com medo por causa do barulho alto, sem a associação entre os fogos e um evento traumático.
“É uma alternativa para os animais que não se assustam tanto. O tampão, porém, não vai impedir que o animal ouça os fogos. Então, se ele associar o barulho a um trauma, mesmo ouvindo pouco, qualquer estímulo que remeta aos fogos de artifícios vai deixá-lo agitado”, lembra Lantzman.
Brinque com eles
Algumas vezes, nem é preciso dos fogos para assustar o animal. A cachorrinha Fifi, por exemplo, começa a tremer assim que ouve gritos de gol. “Ela associa o gol aos fogos e já começa a pedir colo quando alguém grita”, lembra o dono, Dácio Laurito.
Uma opção para diminuir esse medo é começar a mudar essas associações. “Você pode entreter o cachorro quando começarem os fogos. Pegue um brinquedo que ele goste, um petisco e tente deixá-lo bem relaxado quando a queima de fogos está acontecendo. Quando começa a surgir o barulho, é natural que o cachorro vá atrás do dono pedindo conforto. Se você o segura no colo, só diz para ele que é uma situação perigosa. Se você transformar o momento em uma brincadeira, associar os fogos a uma situação prazerosa, o comportamento começa a melhorar”, explica Katia de Martino.
Remédios alternativos
Em casos mais graves, os donos de pets podem recorrer a medicamentos. Para isso, é preciso consultar um veterinário e fazer uma avaliação do caso. Para quem estiver preocupado com o jogo desta quarta-feira, porém, Lantzman tem duas sugestões de remédios. “São soluções alternativas que não vão acabar com o problema, mas podem ajudar”.
O primeiro é um floral, chamado ‘Rescue’, para controle de stress e ansiedade. “Você pode colocar quatro gotas na água para animais de pequeno porte e seis para animais maiores”, indica o veterinário.
A segunda alternativa é um medicamento homeopático chamado Sedatif, também para acalmar os pets. “Se o jogo está marcado para a noite, você pode dar um comprimido pela manhã, um no meio do dia e um algum tempo antes do jogo”, explica.
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