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Técnico que bateu o SP em 1992 divide "peladas" com geração campeã do Vasco

Gaúcho levou o Vasco ao título da Copa São Paulo de 1992 - Marcelo Sadio/vasco.com.br
Gaúcho levou o Vasco ao título da Copa São Paulo de 1992 Imagem: Marcelo Sadio/vasco.com.br

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

25/01/2019 04h00

Depois de 27 anos, o Vasco reencontra nesta sexta-feira (25), a partir das 15h30 (de Brasília), o São Paulo em uma decisão de Copa São Paulo. Há quase três décadas, a geração de Pimentel, Leandro Ávila, Hernande e Valdir "Bigode" calou a torcida tricolor no Pacaembu ao vencer nos pênaltis por 5 a 3 após empate por 1 a 1. Os comandados de Gaúcho ainda seguem como os únicos cruz-maltinos a erguerem o troféu do tradicional torneio de base, e as lembranças seguem vivíssimas na memória do antigo treinador.

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Gaúcho trata a equipe vencedora na Copinha como uma das mais especiais da carreira. A relação de comandante e comandados não existe mais, embora os laços tenham permanecido depois de quase três décadas. Agora, o treinador vascaíno campeão em 1992 divide as "peladas" com Pimentel e companhia, como companheiro de equipe dos antigos pupilos.

"Jogo nos masters do Vasco e às vezes jogo com eles. Estou com 65 [anos], mas ainda jogo lá com o Pimentel, o Tinho e o Alex Pinho. Vamos em cidades aí para jogos de festa, jogo alguns minutos. É uma geração de ouro até hoje [risos]", contou Gaúcho, em conversa exclusiva com a reportagem do UOL Esporte. 

Nas "resenhas" destes hoje veteranos do Vasco, a Copinha é assunto constante. Gaúcho até hoje vê aquele grupo como um dos mais vitoriosos da história vascaína; inclusive no profissional. "Ganhamos muita coisa junta: Taça BH, dois cariocas, Rio-SP. Felizmente ainda encontro com todos eles e tenho contato com a maioria", acrescentou.

Valdir Bigode Vasco - Rogério Assis/Folha Imagem - Rogério Assis/Folha Imagem
Valdir anotou o gol da final e se consagrou com a camisa do Vasco
Imagem: Rogério Assis/Folha Imagem

Para Gaúcho, aquele trabalho deixou um legado de quase uma década dentro do Vasco. Muitos daqueles jogadores, para reforçar sua tese, participaram dos títulos estaduais dos anos seguintes - o clube cruz-maltino venceu os Campeonatos Cariocas de 1992 (ano da Copinha), 1993 e 1994. Valdir "Bigode", por exemplo, se tornou um dos principais centroavantes da história vascaína

"Aquele time era fantástico, tanto que ainda tem o único título do Vasco na Copa São Paulo. Era Caetano, Pimentel, Tinho, Alex Pinho, Vitor, Leandro Ávila, Valdir, Hernandes...enfim, era um time que praticamente chegou ao tricampeonato carioca do Vasco. O grupo do estadual tinha praticamente 60% daquela rapaziada campeã em 1992", relembra.

Vasco era favorito em 92, já hoje...

Copa São Paulo Vasco 2019 - Ale Vianna/Divulgação - Ale Vianna/Divulgação
Vasco tem empolgado na atual edição da Copa São Paulo de Futebol
Imagem: Ale Vianna/Divulgação

Gaúcho se lembra da partida como "um jogo extremamente físico". Quase 30 anos depois, admite que o próprio Vasco entrou no gramado do Pacaembu com o papel de favorito diante do São Paulo. O treinador diz que poucas equipes tão jovens possuíam a "casca" daquela formação campeã da Copinha. Hoje, o duelo é mais parelho na visão de quem ergueu o único troféu vascaíno.

"Pelos resultados, éramos favoritos, nós não tínhamos dúvidas. Por exemplo, tínhamos vencido a Ponte Preta em Campinas e a Taça BH lá em Minas Gerais, com público também contrário; isso nunca nos preocupou. Foi muito disputado o jogo, São Paulo também era grande time, mas nosso time era 'grande', marcação forte", recorda-se o comandante do Vasco campeão.

Vinte e sete anos depois, o equilíbrio é ainda maior. Com a experiência de ter vencido uma Copa São Paulo, o treinador vê o jogo desta sexta-feira como o encontro dos dois melhores times da competição.

"São Paulo é um grande time também, mas este grupo do Vasco de hoje está bem forte. Juntou uma geração muito forte e será um grande jogo. Pelo que vi são as duas melhores a equipes, os dois merecem. Vou torcer muito para o Vasco, claro, quase 30 anos que foi o título. Seria muito legal para essa geração", analisou Gaúcho, que terminou recentemente um curso de gestão de departamento de futebol e aguarda uma nova chance.

"Trabalhei em 2017 pela última vez e recentemente tive proposta para sair do país, mas não me interessou e fiquei por aqui. Meus filhos trabalham com futebol, um em Dubai e um aqui no Brasil. Estou com a aposentadoria forçada, treinador de futebol é assim, te forçam a aposentar [risos]. Agora é esperar um trabalho", encerrou.