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Quem é o colombiano que acabou com o domínio de Márcio Araújo no Flamengo?

Cuéllar - Bruno Kelly/REUTERS - Bruno Kelly/REUTERS
O volante Cuéllar e o tradicional coração para o filho Paolo e a mulher Gheraldin
Imagem: Bruno Kelly/REUTERS

Vinicius Castro

Do UOL, em Belo Horizonte

27/09/2017 04h00

Dia 28 de junho de 2017. Cuéllar acerta um chute de rara felicidade e faz o segundo gol do Flamengo na vitória sobre o Santos por 2 a 0, na Copa do Brasil. Ali, a história do volante colombiano começou a mudar na Gávea. Ainda que a titularidade definitiva só tenha sido conquistada após a chegada do técnico Reinaldo Rueda, o primeiro tento com a camisa rubro-negra foi emblemático.

O camisa 26 já era cantado em verso e prosa pelos torcedores para substituir o contestado Márcio Araújo, então intocável sob o comando do ex-treinador Zé Ricardo. Cuéllar tinha raras oportunidades pelo Rubro-negro e chegou a ficar fora de 34 jogos antes de balançar as redes. Soava como incoerência deixar de lado um atleta da seleção colombiana e que demandou o investimento de R$ 8 milhões do clube para ser contratado.

Mas como barrar Márcio Araújo? Parece clichê, mas foi com silêncio e chegando mais cedo do que todos os companheiros aos treinamentos que o colombiano conseguiu. Se o antigo titular convive com a hostilidade da torcida, Cuéllar sempre teve o apoio quando entrou. Bastava uma sequência e a confiança do técnico, algo que ele definitivamente não teve com o comandante anterior.Mesmo com o cenário desfavorável e uma transferência para o Vitória engatilhada, o colombiano não desanimou. Enquanto treinava, se dedicava a aprender português sozinho. Hoje, dos estrangeiros, é quem fala fluentemente o idioma. Se manteve extrovertido e como um dos jogadores mais queridos do elenco. Deu certo. Não é exagero dizer que a torcida do Flamengo vive um caso de amor com o volante.

“O Gustavo [Cuéllar] é um jogador muito inteligente. Ele dá ordem e claridade ao início de jogo da equipe. Asseguro que crescerá ainda mais e dará um bom complemento para os outros jogadores. É muito gratificante observar as suas atuações. Que ele siga nessa linha de comportamento”, afirmou o técnico Reinaldo Rueda.

Aos 24 anos, o colombiano também tira força da família. Quando não está em compromissos com o Flamengo, ele se dedica ao filho Paolo, xará do comandante de ataque do time, o peruano Guerrero. É a mulher Gheraldin a responsável pela base em casa que tanto contribuiu para que Cuéllar encontrasse o seu lugar no clube de maior torcida do país.

O filho do volante nasceu em 1º de novembro do ano passado e ele homenageou esposa e primogênito com tatuagens nos braços. Marcar gols não é uma constante - foram dois no Flamengo. Quando os faz, no entanto, corre para a arquibancada com o gesto do coração nas mãos. O endereço é óbvio: mulher e filho.

No cenário atual, a torcida do Flamengo também se sente atingida pelo gesto. Cuéllar conquistou os rubro-negros e pode dar ainda mais um passo para se estabilizar de vez no clube com a final da Copa do Brasil. A sorte está lançada. Conquistar o título seria mais um ato do colombiano em sua obsessão de aproveitar as oportunidades ao lado da família.