Corinthians desfaz nova geração campeã com lucro reduzido e perda técnica

Campeão brasileiro em duas das três últimas temporadas, o Corinthians agiu de modo semelhante após as conquistas: vendeu boa parte do time titular no ano seguinte. Em 2016 saíram os campeões Gil, Renato Augusto, Malcom, Jadson, Ralf, Vagner Love, Felipe e Elias e em 2018 foi a vez de Guilherme Arana, Jô, Maycon, Balbuena e Rodriguinho, a mais recente negociação da diretoria. Somente na janela do meio do ano foram três vendas de jogadores, além da perda de Sidcley - o valor arrecadado está em torno de R$ 57 milhões, mas o prejuízo técnico é considerável e pode causar problemas no decorrer da temporada.
De 30 jogadores inscritos na fase de grupos da Copa Libertadores, o técnico Osmar Loss não dispõe de oito atualmente: além dos quatro titulares negociados (Maycon, Balbuena, Rodriguinho e Sidcley), o clube emprestou Juninho Capixaba, Lucca e Júnior Dutra e perdeu Renê Júnior, que só volta em 2019 por causa de uma lesão. O grande problema é que a Libertadores permite apenas cinco trocas de jogadores para as oitavas de final, então o Corinthians já perdeu três possibilidades de inscrição. Das oitavas para as quartas, em caso de classificação, são permitidas mais duas trocas. A lista só poderia chegar novamente a 30 jogadores disponíveis se o time avançasse às semifinais do torneio continental.
O Corinthians repôs perdas da janela de meio do ano com as contratações de Douglas, ex-Fluminense, e Danilo Avelar, emprestado pelo Torino (ITA). Para as vagas de Balbuena e Rodriguinho as soluções do técnico Osmar Loss foram caseiras: Pedro Henrique, substituído por Léo Santos durante tratamento de lesão, e Jadson. Apesar de serem casos de jogadores ambientados ao clube, o banco de reservas agora dispõe de opções mais modestas: o meia Rodrigo Figueiredo, de volta de empréstimo do Londrina, foi relacionado para os dois últimos jogos, por exemplo, enquanto o zagueiro Marllon foi de terceira opção a reserva imediato.
O prejuízo técnico a que será submetido o Corinthians na sequência da temporada pode ser amenizado caso apostas se consolidem, como Thiaguinho e Bruno Xavier, vindos do Nacional-SP, e Matheus Matias, ex-ABC. Também há expectativa em torno dos centroavantes Roger e Jonathas dentro do esquema 4-2-3-1 adotado por Loss.
A justificativa para as perdas de quatro titulares na janela de transferências é a postura do clube em caso de propostas, impedindo a presença de jogadores insatisfeitos no elenco e dando fôlego ao caixa, uma linha presente pelo menos desde 2009. Neste meio de temporada, entretanto, o clube perdeu peças importantes e viu Palmeiras, Santos e São Paulo lucrarem mais fazendo negócios menos prejudiciais do ponto de vista técnico.
O Palmeiras, por exemplo, negociou só um titular (Keno, por R$ 37,8 milhões), além de nomes como Tchê Tchê, Fernando, João Pedro, Daniel Fuzato e até Róger Guedes, que estava emprestado ao Atlético-MG. O faturamento chegou a R$ 110 milhões. O São Paulo se desfez de um titular (Militão, por R$ 17,5 milhões) e negociou outros jogadores que já não atuavam com a mesma frequência, como Petros, Cueva e a promessa Marquinhos Cipriano. O faturamento passou de R$ 79 milhões. Já o Santos, só com a venda de Rodrygo, que é titular, ao Real Madrid, irá obter R$ 175 milhões.
Com mais perdas de jogadores e faturamento menor que seus três rivais, o Corinthians tenta provar que é a solidez do trabalho que rende frutos, e não cifras.
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