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Brasileirão faz Dedé deixar de ser "mito" e virar zagueiro confiável

Dionizio Oliveira

Do UOL, em Belo Horizonte

14/11/2013 06h10

O Cruzeiro confirmou seu terceiro título brasileiro. Dos 33 jogadores, um em especial tem muitos motivos para comemorar. Após iniciar sua trajetória no clube celeste com problemas familiares e algumas falhas graves, o zagueiro Dedé deu a volta por cima e foi um dos destaques na campanha vitoriosa da equipe.

Dedé foi contratado a peso de ouro. A diretoria desembolsou cerca de R$ 14 milhões para contar com o zagueiro, que se tornou a transação mais cara da história do clube. Pelo status adquirido no Vasco, clube em que ele tinha o apelido de “Mito”, o jogador chegou a Belo Horizonte muito badalado e foi recebido por um aeroporto lotado.

No entanto, Dedé mostrou dificuldades de adaptação à equipe mineira e viveu um momento crítico fora das quatro linhas no início de junho, com a doença da irmã, Mariana, que chegou a ficar em coma por causa de uma encefalite. “O que aconteceu, o problema familiar, foi uma coisa que me fortaleceu bastante e me fez crescer ainda mais como homem”, disse o jogador.

O próprio zagueiro reconheceu que as dificuldades extracampo influenciaram no seu rendimento durante os jogos. O atleta colecionou falhas contra Corinthians, Portuguesa, Atlético-MG e Vitória, mas elas foram amenizadas pelos resultados positivos da equipe. Já no jogo contra o Flamengo, pela Copa do Brasil, Dedé cometeu um erro grave e acabou contribuindo para a eliminação da equipe do torneio nacional.

O Cruzeiro vencia a primeira partida com tranquilidade por 2 a 0 no Mineirão. Contudo, graças a uma falha do zagueiro, os cariocas diminuíram o placar. Com uma vitória no jogo de volta, por 1 a 0, no Maracanã, o time rubro-negro avançou às quartas de final.

Naquele momento, as falhas do zagueiro geraram certa insegurança nos torcedores e ele teve que conviver com críticas severas. A partir dali, porém, Dedé reagiu e retornou até à seleção brasileira.  

O zagueiro disputou um amistoso contra a seleção de Zâmbia, quando marcou um gol na vitória de 2 a 0 e ficou muito emocionado na comemoração, chegando a chorar em campo. Sem ele, o Cruzeiro viveu o momento de maior dificuldade no Brasileiro, com duas derrotas seguidas.

Com Dedé de volta à zaga, a segurança retornou e o Cruzeiro conseguiu consolidar o título brasileiro com quatro rodadas de antecedência. 

Este também é o primeiro título brasileiro de Dedé, que já havia vencido uma Série B e uma Copa do Brasil pelo Vasco. Por isso, ele valoriza demais a conquista. “Todo título tem um gosto especial, independentemente do que passou”, salientou.

“Coisa familiar é algo diferente e mesmo se não tivesse acontecido nada seria um título muito importante e especial. Falha a gente sempre vai ter, críticas também. Mas esse título tem um gosto especial, diferente, por eu nunca ter conquistado. É o primeiro título brasileiro”, ressaltou o zagueiro.

O volante Nilton, que já tinha sido companheiro de Dedé no Vasco e é um dos principais amigos do camisa 26, destaca a importância do atleta na campanha vitoriosa do Cruzeiro.

“Ele dispensa comentários, não só por ser meu amigo, muito próximo mesmo, quase um irmão. Ele alia força de vontade, garra, determinação, é um líder que passa tranquilidade. Sem sombra de dúvidas, é uma chave fundamental para a gente ter feito essa temporada maravilhosa”, afirmou o volante.