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Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

VAR opera e Botafogo bate Flamengo

Erison comemora o gol da vitória do Botafogo sobre o Flamengo - Vítor Silva/Botafogo
Erison comemora o gol da vitória do Botafogo sobre o Flamengo Imagem: Vítor Silva/Botafogo

Colunista do UOL

08/05/2022 13h04Atualizada em 08/05/2022 13h04

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O lixo maldito e impreciso do VAR (em campo, a arbitragem acertou e foi atrapalhado por esse circo eletrônico) roubou escandalosamente a cena em Flamengo 0 x 1 Botafogo. O organizado e aplicado Fogão, garafado tantas vezes em outras ocasiões, fez um jogo honesto dentro da proposta de Luís Castro e não tem nada com isso.

O gol anotado por Erison no início do segundo tempo, com parcelas de contribuição de Willian arão (Jorge Jesus tem razão ao dizer que Arão de zagueiro é uma temeridade) e do goleiro Hugo (que foi com a mão mole e aceitou no seu canto), foi legal! E a postura do Botafogo, durante todo o jogo, foi de uma equipe armada para contragolpear e tambem atacar o rival estelar.

A verdade inconteste é que Flamengo x Botafogo é o clássico mais especial e de maior rivalidade sob o ponto de vista alvinegro.

E, sob a óptica rubro-negra, mandante na tabela e na arquibancada em Brasília, o clássico, para além da classificação e da rivalidade histórica, valia demais também por ser o primeiro jogo da equipe depois de Jorge Jesus dar um ultimato e prazo (até o dia 20) para roubar o emprego do compatriota Paulo Sousa.

E, como era de esperar, o Fla começou pressionando, atacando, melhor. Até que, aos 27 minutos, Gabigol, em condição legal segundo o juiz, o bandeirinha e as clarividentes imagens, aproveitou passe na medida de Éverton Ribeiro e foi à rede.

1 a 0 Flamengo? Não! O lixo do VAR (operado no Mané Garricnha por Daniel Nobre Bins), considerado um dos melhorees ábitros de vídeos do país, não é piada) e suas misteriosas e mal traçadas linhas, contrariando as imagens, resolveu marcar impedimento. Uma piada de mau gosto! E um soco na cara dos fronhas pós-modernos que repetem a mentira que o VAR veio para auxiliar o apito e que ele é preciso em lances objetivos como o impedimento e blá-blá-blá! Não, não é! E o bom de ser coerente, ter sempre o mesmo posicionamento contra essa palhaçada é não ter que mudar o discurso de acordo com o time prejudicado e a equipe beneficiada... Essa culpa eu não carrego! Viva a memória!

E ainda pior do que não corrigir erros, afinal erros já existiam antes do VAR, esse lixo ainda cria erros novos. Repito: o gol, legalíssimo de Gabigol foi validado em campo e anulado, posterior e erroneamente, por esse lixo. Não tivesse VAR, esse erro não teria sido cometido. E nenhum botafoguense, com acesso às imagens do gol, teria coragem de reclamar de impedimento.

Parece óbvio e é. Sempre foi, registre-se: não tem ciência que garanta que o momento de parar e soltar as imagens será feito no momento exato!

O Flamengo, que foi campeão brasileiro em 2020 após Raphael Claus ser chamado ao VAR para (re)apitar o jogo e transformar o cartão amarelo do então colorado Rodinei em vermelho, desta vez tem razão em reclamar. E o Botafogo, prejudicado tantas vezes a ponto de Gatito ter chutado o lixo do VAR na mesma edição do Brasileiro, foi ajudado agora...

O problema é que a discussão sempre caminha para o clubismo, do tipo previsível do "meu time é prejudicado e o seu é ajudado" quando, está claro, ainda que os erros não sejam igualmente divididos, que o problema é amplo, geral e irrestrito. O apito brasileiro (lixo do VAR incluso) é horroroso. E nao é, ao contrário do que dizem, só no Brasil que o VAR decide e interfere no jogo de forma absurda. Até na Europa, sempre elogiada, a Inglaterra só foi à final da último Euro após um "pênalti" invenado em Sterling não ter sido corrigido...

Quem repete a mentira que o VAR veio para minimizar os erros (como se nos últimos quatro anos não tivéssemos arbitragens tão ou mais horrorosas e decisivas que as do passado) é ingênuo ou cínico ou ambos,

E para os inteligentes que dizem "ah,o problema não é a ferramenta, e quem a opera", não custa lembrar o óbvio: a ferramenta não é auto-operável. Como uma arma, é preciso alguém apertar o gatilho!

Voltando aos times, hoje coadjuvantes do apito, o Botafogo parece mais perto do seu objetivo, que é se manter na elite sem sustos, do que o Flamengo, que tem a pretensão e a obrigação orçamentária de lutar pelo título. E o Paulo Sousa, que tem as suas culpas e erros, não pode ser questionado por erros de gente que decide partidas e campeonatos da cabine.

PS: Até o fechamento deste texto, Gatito Fernández, que fez ótima partida, não havia chutado a cabine do VAR em Brasília.

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

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