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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Atacante ex-SPFC cria nova confusão na Argentina e procura clube para 2022

Centurión, ex-atacante do São Paulo, hoje em problemas no Vélez Sarsfield - Jaime Lopez/Jam Media/Getty Images
Centurión, ex-atacante do São Paulo, hoje em problemas no Vélez Sarsfield Imagem: Jaime Lopez/Jam Media/Getty Images

Colunista do UOL

03/12/2021 09h35Atualizada em 03/12/2021 09h53

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Veloz, habilidoso e furioso, Ricardo Centurión é considerado um dos maiores talentos argentinos que se perderam nas indisciplinas. Hoje com 28 anos, ele desapareceu dos treinos do Vélez Sarsfield e está praticamente fora do clube que se prepara para a Libertadores da América do ano que vem.

Centurión está no Vélez desde janeiro de 2020 e teve sua conduta assegurada pelo então técnico, o linha-dura Gabriel Heinze. O treinador deixou o clube e o atacante desandou, a ponto de cortar diálogo com o atual treinador, Mauricio Pellegrino. No Vélez, ninguém tem mais paciência com ele, que sumiu dos treinamentos há exatamente uma semana e agora é cotado como reforço do Racing, onde também saiu após empurrar e desrespeitar o técnico, Eduardo Coudet, ou do San Lorenzo, que está perto de fechar com o treinador Luis Zubeldía, ex-Lanús, reconhecido por sua paciência com jogadores difíceis.

O Vélez pagou US$ 1,6 milhões pelo passe de Centurión junto ao Racing, que segue com vínculo com o jogador, mas pretende muito mais negociá-lo que aproveitá-lo. O atual técnico do Racing, Fernando Gago, foi companheiro de Centurión no Boca Juniors e no próprio Vélez, mas nem o seu pedido pessoal deve ser levado em conta na hora de manter distância do atacante.

Boca, Racing...

Centurión jogou no São Paulo em 2015 e 2016, sendo negociado na sequência com o Boca Juniors e recebendo a camisa 10, vivendo bons momentos na Bombonera e criando confusões por indisciplina com o então técnico Guillermo Barros Schelotto. Apesar do pedido da torcida, ele decepcionou a comissão técnica e foi negociado com o Genoa, da Itália, onde teve poucas chances. Acabou sendo dispensado por fazer lives em plena madrugada na concentração tomando mate, bebida energizante consumida especialmente pela manhã.

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Ricardo Centurión (São Paulo)
Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Centurión voltou então ao Racing, clube que o revelou, e viveu um bom momento na Libertadores-2018, mas foi expulso no jogo decisivo, River x Racing, ao brigar com Enzo Pérez e não render quando o time mais precisava dele.

No ano seguinte, empurrou o técnico Coudet em um novo River x Racing, saindo da equipe e parando no Atlético San Luis, do México, onde viveu nova polêmica por falta de comprometimento, resultando na saída do então treinador da equipe.

Esta tinha sido a última confusão de Centurión até cortar relações com o Vélez e buscar um novo clube - será sua décima transferência em exatos dez anos de carreira.

Suicídio

Em 2020, Centurión, revelou que pensou em tirar a própria a vida dias depois de a namorada morrer após um acidente de carro. Era o segundo choque vivido por ele em poucos meses, pois a tragédia ocorreu enquanto ele se erguia depois de perder a avó, figura de peso em sua vida.

"Os golpes foram muito rápidos, e se eu não me levantasse depois de dois dias, acho que terminaria com a minha vida. Mas não era o meu momento", disse ele, que afirmou ter conseguido se reerguer para dar orgulho a elas.

"Sei que a realidade é essa, tenho que me levantar e continuar. Vendo minha mãe, minha irmã, pude frear e me uni. Caso contrário, tudo estaria indo para o inferno", falou à TV argentina TyC Sports.