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Boca estreia camisa com número bicolor: qual a ideia por trás da novidade
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Em má fase nos gramados, o Boca Juniors chamou a atenção neste fim de semana na Argentina com um uniforme bem diferente do normal. O chatíssimo 0 a 0 de ontem (1º) contra o Talleres de Córdoba marcou a estreia de uma camisa cinza com números bicolores, algo difícil de se encontrar mundo afora.
Embora o clube não pense em abandonar a sua emblemática camisa "azul e ouro", como seus orgulhosos torcedores a definem, a "casaca alternativa" caiu no gosto dos fanáticos por duas alusões a conquistas históricas do clube.
O tom acinzentado é uma alusão à temporada 2001, quando o Boca conquistou a Libertadores pelo segundo ano seguido. E o número bicolor faz referência ao Mundial vencido em 1978 diante do Borussia Mönchengladbach.
O uso da camisa ante o Talleres também teve uma coincidência de datas. A conquista de 1978 ocorreu em um 1º de agosto de 1978, quando o time argentino comandado pelo técnico Toto Lorenzo fez 3 a 0 ante os alemães em plena Borussia. Os argentinos mais atentos, porém, perceberam que a homenagem guarda uma "licença poética", pois a camisa de número bicolor foi usada no jogo de ida na Bombonera, que terminou com um 2 a 2.
Na ocasião, o Boca inverteu as cores dos números. O fundo amarelo da camisa levou um número azul, e o fundo azul teve um contorno amarelo.
A camisa nova do clube traz também a inscrição "XENEIZE" (com letras maiúsculas). Vem da sua fundação, em 3 de abril de 1905, por Esteban Baglietto, Alfredo Scarpatti, Santiago Sana e os irmãos Teodoro e Juan Antonio Farenga, filhos de italianos.
À época, a maioria dos habitantes do bairro portuário de La Boca era de origem italiana, muitos deles de Gênova. O dialeto local era chamado pelos genoveses de "zeneize" (ou" zeneise") e derivou para "xeneize", como se autointitula a maior torcida da Argentina (cerca de 40% da população de 45 milhões de habitantes).
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